Portugal envia 101 operacionais para ajudar nas cheias de Valência

Portugal vai enviar, esta terça-feira, uma equipa de 101 operacionais para Valência para ajudar a lidar com as consequências das cheias.

A Força Conjunta de Proteção Civil e das Forças Armadas (FOCUN) vai ser composta por 101 operacionais, que chegam da ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil), bombeiros, INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) e 28 militares dos três ramos das Forças Armadas.

Vai estar equipada com 40 veículos, dos quais 28 são operados por elementos da Proteção Civil: três retroescavadoras, uma motobomba de lama alto débito, seis eletrobombas de esgoto, uma motobomba esgoto de alto débito, um modulo de bombagem de lamas e cinco eletrobombas para lama.

Já a Marinha, Exército e Força Aérea vão enviar 12 veículos: duas retroescavadoras, uma bomba de esgoto alto débito, duas motobombas esgoto, duas bombas esgoto pequeno débito, uma escavadora giratória, uma pá carregadora de rodas, dois camiões de transporte de terras e um Bobcat.

O envio da equipa surge no âmbito do pedido de ajuda internacional ao Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.

Um grupo de operacionais do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) também vai partir para Valência, em Espanha. “Já por diversas vezes afirmei que Lisboa tem dos melhores regimentos de sapadores bombeiros do mundo e nunca é demais repeti-lo. É com orgulho que vejo os nossos bombeiros partirem, uma vez mais, com o elevado sentido de missão a que há muito nos habituaram, para apoiar a população de Valência nesta hora difícil”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. “Desejo-lhes um bom trabalho nesta missão exigente e agradeço a sua coragem, o seu serviço e o seu sacrifício”, concluiu Carlos Moedas.

Além de 14 operacionais, o RSBL vai enviar para Valência diversos equipamentos e veículos: oito bombas de alta capacidade para escoar águas sujas/lamas, um gerador, seis viaturas e uma retroescavadora.

O temporal e as inundações de 29 de outubro fizeram pelo menos 222 mortos no sudeste de Espanha, 214 dos quais na Comunidade Valenciana.

Segundo as autoridades, há 41 pessoas dadas como desaparecidas e há 19 cadáveres nas morgues de Valência por identificar, cujos dados biológicos estão a ser cruzados com os fornecidos por familiares de desaparecidos.

No comunicado de hoje, o governo valenciano sublinhou que no que respeita aos “trabalhos operacionais, a prioridade continua a ser a procura de possíveis vítimas” nas zonas afetadas e também no mar.

Quase uma semana após as inundações, reabriram hoje 49 escolas das zonas afetadas pelas cheias, com cerca de 22 mil alunos a regressarem pela primeira vez às aulas desde 29 de outubro.