“Não tenho dúvidas de que essa pressão vai existir dos nossos aliados”, garante Montenegro. Portugal tem de antecipar meta da NATO de 2% do PIB em gastos em Defesa
A eleição de Donald Trump para a Casa Branca provocou bastantes receios e incertezas na União Europeia e na NATO sobre quais serão as exigências do novo presidente americano. No entanto, segundo Luís Montenegro, “temos a convicção e desejo de que os Estados Unidos da América continuem a ser um parceiro privilegiado no âmbito da NATO. Temos uma aliança muito forte na NATO e é a nossa convicção que continuará a ser o pilar fundamental da preservação da garantia da integridade do território ucraniano e dos Direitos Humanos”.
“Desse ponto de vista, a minha convicção é que continuaremos a contar com os EUA. Isso não significa que a Europa não deva fazer um investimento acrescido nos próximos anos, para não gerar situações de excessiva dependência. Creio que a nível dos líderes europeus esta caminhada está cada vez mais perto de se ir concretizando”, salientou o primeiro-ministro, garantindo ser necessário “reforçar a cooperação entre todos os povos europeus”.
Portugal não cumpre a meta dos 2% do PIB em gastos de Defesa apontada pela NATO. Luís Montenegro, à margem da reunião dos líderes europeus em Budapeste na 5ª cimeira da Comunidade Política Europeia, salientou que assumiu “na última reunião da NATO o compromisso de antecipar para 2029 de atingir essa meta na despesa em Defesa. E porventura teremos de, nos próximos tempos, vislumbrar este tópico para reforçar este objetivo. Não tenho dúvidas que essa pressão vai existir dos nossos aliados”.
O primeiro-ministro português comentou ainda a violência dos últimos dias em Moçambique, na sequência das eleições gerais de 9 de outubro último. “Estamos muito preocupados, temos expressado em nome do Governo a nossa preocupação e a acompanhar de muito perto a evolução no terreno. Esperamos ainda as decisões do Conselho Constitucional, poder ver os resultados totalmente anunciados. Desejamos que todos os intervenientes possam manter o discernimento que possa evitar escalada de violência nas ruas”, avançou Montenegro. “Da nossa parte, empreenderemos toda a nossa diplomacia e interação com agentes políticos moçambicanos para que haja tranquilidade.”