Morte de Odair Moniz: PJ está a investigar suspeitas de falsificação de provas

A morte de Odair Moniz, ocorrida a 21 de outubro durante uma operação policial no Bairro da Cova da Moura, Amadora, está a ser alvo de uma investigação da Polícia Judiciária (PJ), que analisa agora a possível falsificação de provas no processo. O foco principal das autoridades centra-se em eventuais discrepâncias entre o auto de notícia elaborado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e os depoimentos dos agentes envolvidos no caso.

Segundo informações apuradas pelo Correio da Manhã, o auto de notícia – ou “expediente”, como é conhecido no jargão policial – foi elaborado apenas na manhã do dia 21 de outubro, algumas horas após o incidente que culminou com a morte de Odair Moniz. Este documento, assinado pelos agentes envolvidos, serviu de base para as declarações públicas feitas pela Direção Nacional da PSP sobre o caso.

A PJ levanta agora dúvidas quanto à autenticidade do auto de notícia, com base em diferenças entre as declarações dos dois polícias à Judiciária e o que está registado no documento oficial. Em depoimentos prestados durante a manhã do incidente, os agentes não confirmaram categoricamente a alegada ameaça iminente de Odair Moniz com uma arma branca, ao contrário do que consta no auto de notícia. Esta divergência leva a Judiciária a questionar a fiabilidade das informações e a investigar se o documento poderá ter sido alterado ou complementado posteriormente.

O mesmo jornal questionou a Direção Nacional da PSP acerca da autoria do auto de notícia, perguntando se foram realmente os dois agentes a elaborá-lo ou se, pelo contrário, outro elemento da força policial teria redigido o documento, com os agentes limitando-se a assiná-lo. Em resposta, a PSP assegurou que o auto de notícia foi “elaborado pelos polícias intervenientes na ocorrência”. Contudo, a entidade admitiu que “como acontece habitualmente, especialmente em situações de maior complexidade, a realização do expediente é acompanhada pela hierarquia”.

Por outro lado, o advogado dos polícias envolvidos, Ricardo Serrano Vieira, defendeu que a versão apresentada pelos seus clientes à PJ está “próxima daquilo que consta do auto de notícia elaborado pelos senhores agentes”.






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