“Não acredito que tenha sido crime”: advogado do agente da PSP que matou Odair Moniz revela que idade do arguido “pode ter alguma relevância”
Ricardo Serrano Vieira, advogado do agente da PSP responsável pelo disparo fatal que vitimou Odair Moniz, indicou que o agente da PSP “está neste momento de baixa médica, numa situação complexa do ponto de vista emocional”.
O advogado não revelou se Odair Moniz tinha uma arma branca na noite em questão – “não posso responder a essas perguntas. Temos de respeitar o tempo da justiça, que é diferente do tempo do jornalismo”, precisou -, salientando que “nunca ninguém está à espera do que pode acontecer. Até se pode treinar, mas as circunstâncias do tempo e do local por vezes mudam e isso poderá ter sido determinante aqui neste caso”.
“Todos temos de lamentar a morte de Odair, é um resultado que não acredito que tenha sido crime nem por este agente nem por nenhum outro agente de autoridade”, referiu Ricardo Serrano Vieira, em declarações à ‘CMTV’, sublinhando que a idade do agente “pode ter alguma relevância. No caso em concreto não será tanta assim, mas nunca deixa de deixar marcas para todos os envolvidos, infelizmente”.
Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. A sua morte trouxe a Lisboa uma onda de violência, com noites de tumultos que resultaram em diversos feridos – a PSP indicou 123 ocorrências, a detenção de 21 cidadãos e a identificação de 19 entre segunda e sexta-feira últimas.
O agente da PSP, autor do disparo mortal a Odair Moniz, é arguido por homicídio simples, um crime punível com um máximo de 16 anos de prisão. O caso está a ser investigado, segundo o semanário, por três entidades diferentes: PSP, IGAI (Inspeção Geral da Administração Interna) e Ministério Público.