Agente da PSP que disparou mortalmente contra suspeito na Cova da Moura constituído arguido

Um agente da Divisão da PSP da Amadora foi formalmente constituído arguido após ter disparado fatalmente contra Odair Moniz, de 43 anos, durante a madrugada de ontem no Bairro da Cova da Moura. O incidente, que gerou grande comoção na comunidade, está agora sob investigação da Polícia Judiciária (PJ), que já ouviu o agente e recolheu a arma de serviço utilizada no incidente.

O agente, cujo nome não foi revelado, foi interrogado pela PJ logo após o incidente, tendo sido oficialmente constituído arguido. Além disso, o polícia foi também questionado por inspetores da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), entidade responsável pela supervisão de casos envolvendo forças de segurança. Esta investigação foi ordenada diretamente pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que solicitou um inquérito aos factos.

Fonte da PSP disse à agência Lusa que se trata de um procedimento normal neste tipo de ocorrências e que o agente se mantém em funções.

O processo que está a decorrer na PJ é criminal, sendo independente do inquérito de natureza disciplinar aberto pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a pedido da ministra da Administração Interna “com caráter de urgente”.

Segundo a Polícia de Segurança Pública (PSP), um homem de 43 anos “em fuga” morreu na segunda-feira após ser baleado pela polícia na Cova da Moura, quando tentava resistir à detenção e agredir os agentes com uma arma branca.

A arma de serviço utilizada, uma Glock 19 de calibre 9 mm, foi entregue ao agente após a sua formação na Escola Prática de Polícia, em Torres Novas. A mesma foi apreendida pela PJ e é uma peça central no inquérito-crime que está a ser conduzido pelo Ministério Público da Amadora.

As circunstâncias que levaram aos disparos fatais ainda não foram completamente esclarecidas. Contudo, fontes revelaram que o agente envolvido nos acontecimentos foi temporariamente afastado das suas funções regulares. De acordo com informações apuradas pelo Correio da Manhã, o polícia, que até então desempenhava funções de patrulha numa esquadra da Divisão da Amadora, está a gozar uns dias de férias em casa, uma medida tomada por ordem superior.

A apreensão da Glock 19, uma arma de serviço padrão utilizada por muitos agentes da PSP, é um passo essencial para a reconstrução dos eventos daquela noite, sendo a principal peça de evidência material no inquérito em curso. A investigação procurará esclarecer não apenas as circunstâncias do disparo, mas também se o uso de força letal foi justificado dentro do contexto da ação policial.

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