Sinwar pode ter deixado ordens para executar todos os reféns israelitas se fosse morto, alerta negociador de Telavive
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, pode ter dado uma ordem para executar todos os reféns que permanecem em Gaza no caso da sua morte, revelou esta terça-feira um importante negociador israelita, citado pelos britânicos do ‘Daily Mail’: recorde-se que o líder do Hamas morreu na passada quarta-feira, depois de um confronto com as Forças de Defesa de Israel (IDF).
Gershon Baskin, o negociador israelita que supervisionou a libertação de Sinwar de uma prisão em Israel em 2011, junto com 1.026 prisioneiros palestinianos, em troca do regresso do soldado sequestrado Gilad Shilat, disse que a sua morte foi um “momento de oportunidade ou um momento de desgraça”. “Um momento de desgraça porque há rumores de que Sinwar instruiu as pessoas que, caso fosse morto, elas deveriam matar os seus reféns”, sublinhou ao ‘Telegraph’.
No momento da morte de Sinwar, pouco mais de 100 reféns permaneciam em Gaza, e acredita-se que 60 ainda estivessem vivos.
Segundo a publicação ‘Haaretz’, aqueles que permanecem vivos correm o risco de nunca mais serem devolvidos às suas famílias, salientando que altas autoridades dos EUA, incluindo o secretário de Estado Antony Blinken, avaliaram que há uma pequena chance de ser negociado um acordo, dadas as tensões entre Israel e o Hamas.
“Atualmente não há negociações sérias de cessar-fogo, e Blinken está totalmente ciente disso”, apontou a publicação. “Não está claro como a morte de Sinwar impactará quaisquer negociações potenciais, se é que elas existem neste momento.” No entanto, Baskin sublinhou que não era possível confirmar se Sinwar tinha deixado uma ordem de matar os reféns, reforçando que os rumores deveriam ser levados a sério, dado o quão pouco o Hamas se parece importar com eles, lembrando o assassinato de seis reféns em túneis sob Rafah em agosto último.
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