Líder supremo do Irão diz que ataque contra Israel foi o “castigo mínimo” pelos crimes cometidos pelo “regime vampiro” de Netanyahu
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, declarou hoje que o ataque de mísseis contra Israel realizado na terça-feira foi o “castigo mínimo” pelos “crimes surpreendentes” cometidos por Israel. Khamenei, durante um sermão divulgado pela BBC News, classificou Israel como um “regime vampiro” e garantiu que o Irão, juntamente com seus aliados na região, não recuará no confronto com Israel, reforçando que o país continuará a cumprir os seus deveres “com força e determinação”.
Na noite de terça-feira, o Irão lançou a sua maior ofensiva de mísseis contra Israel até à data, numa série de ataques que, segundo Teerão, foram direcionados a bases militares israelitas. Apesar da intensidade dos ataques, grande parte dos mísseis foi intercetada pelos sistemas de defesa aérea israelitas, com o apoio de aliados ocidentais. Esta ofensiva ocorreu em resposta à morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, assassinado em um ataque aéreo israelita em Beirute na sexta-feira anterior.
No seu sermão, Khamenei reforçou a legitimidade do ataque iraniano, afirmando que a operação foi “totalmente legal e legítima”. “A ação das nossas forças armadas foi completamente legítima”, declarou, sublinhando que o Irão não se precipitará nem hesitará em confrontar Israel quando necessário.
O líder iraniano destacou que o inimigo do Irão é o mesmo que enfrenta os palestinianos, o Líbano e outras nações muçulmanas, reiterando que o Irão continuará a apoiar a resistência regional. Khamenei também defendeu o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.200 pessoas no sul de Israel, descrevendo-o como um “ato legítimo”.
“O povo palestiniano tem o direito legítimo de se defender”, afirmou Khamenei. “Não há tribunal ou organização internacional que possa culpar o povo palestiniano por defender a sua pátria contra as forças de ocupação.”
Khamenei criticou as tentativas de Israel de conseguir vitórias estratégicas através de assassinatos e ataques contra civis, argumentando que essas ações não trarão o sucesso que Israel procura. Ele enfatizou que Israel não é capaz de prejudicar seriamente o Hezbollah no Líbano ou o Hamas na Palestina.
O líder iraniano também acusou os Estados Unidos e os seus aliados de estarem a proteger a segurança de Israel para garantir o seu papel como um canal de exportação de energia da região para o Ocidente. Segundo Khamenei, esta proteção serve interesses económicos e geopolíticos ocidentais, mais do que os próprios interesses israelitas.
Este discurso de Ali Khamenei marcou uma ocasião rara em que o líder supremo do Irão conduziu as orações de sexta-feira na Grande Mosalla de Teerão, algo que não fazia há cerca de cinco anos. Milhares de fiéis reuniram-se para ouvir o sermão, muitos deles carregando retratos de líderes mortos da chamada “Eixo da Resistência”, que inclui grupos como o Hezbollah no Líbano, os Houthis no Iémen, e várias organizações na Síria e no Iraque, todas elas em oposição tanto a Israel como aos Estados Unidos.