Chegar à liderança do mercado ibérico
A empresa de transporte ferroviário de mercadorias quer conquistar quota de mercado à ferrovia. Apesar de enfrentar alguns obstáculos na rede, tem vindo a lançar novas rotas. «Desenvolver novos serviços, em parcerias ou isoladamente, de forma a oferecer novas soluções logísticas que permitam ser uma alternativa válida e eficiente à rodovia», são as ambições de Carlos Vasconcelos, presidente do Conselho de Administração da Medway. Quatro anos após a privatização, acredita que os lucros chegarão, mas não fixa um horizonte temporal. Em entrevista, Carlos Vasconcelos explica-nos que este ano ainda não conseguiu atingir resultados positivos, ao contrário do expectável, mas partilha algumas manobras em marcha para se tornar no maior operador ferroviário de mercadorias na Península Ibérica.
A Medway, empresa que sucedeu à CP Carga após a privatização, apresenta-se agora como um operador logístico ibérico. Qual é a estratégia actual?
Aumentar a nossa eficiência e alargar a actividade, oferecendo novos serviços, procurando captar carga que se encontra na rodovia.
Em termos de resultados, qual o balanço deste ano?
Temos mantido o nível de investimento dos anos anteriores, sendo de destacar a área de manutenção e reparação, em que passámos a ter meios próprios para os vagões e as locomotivas diesel. A quebra do carvão, fruto da recente política de descarbonização que o País implementou, não nos permitirá, infelizmente, atingir resultados positivos, como era expectável. Contudo continuamos a recrutar para as diversas empresas do Grupo, tendo atingido um total de 134 novos colaboradores em 2019.
Apesar da quebra do carvão, quais as perspectivas para o próximo ano?
Estamos optimistas e confiantes em continuar o nosso crescimento, alicerçado noutros segmentos.
Quais os argumentos fortes?
No essencial, a excelente equipa de profissionais, o total compromisso do accionista e as melhorias operacionais introduzidas.
E que desafios enfrentam?
O mau estado da rede ferroviária nacional, abandonado que foi durante décadas, que nos limita fortemente na operação, impondo fortes restrições à dimensão dos comboios, à sua velocidade e, mesmo, à sua capacidade de tracção. Esta situação impede-nos a utilização do material rolante na sua máxima capacidade, obrigando-nos a utilizar desnecessariamente meios superiores aos necessários.
O sector ferroviário continua a denotar fraco crescimento em Portugal e Espanha?
Sim. Não conseguindo aumentar a sua quota de mercado.
Para 2020, quais as prioridades?
Investir em material rolante, resolvida que esteja a questão do sistema de segurança a bordo das locomotivas (Convel). Lançar novos serviços, em parcerias ou isoladamente, de forma a oferecer novas soluções logísticas que permitam ser uma alternativa válida e eficiente à rodovia.