Sondagem: Maioria dos portugueses quer mais poder para a UE mas ainda há dúvidas sobre ‘Estados Unidos da Europa’

Uma grande maioria dos portugueses apoia a transferência de mais poderes para a União Europeia (UE), abrangendo áreas como a Educação (62%) e os Negócios Estrangeiros (70%), de acordo com uma sondagem da Aximage para o Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN) e TSF. Além disso, 77% dos inquiridos são favoráveis à criação de uma força militar europeia de reação rápida e 72% defendem as restrições introduzidas pelo Pacto para as Migrações e o Asilo. Contudo, a ideia de um Estado federal europeu gera menos entusiasmo, com apenas 46% a favor.

Os resultados da sondagem indicam que os portugueses são, em geral, europeístas e estão dispostos a ceder mais competências a Bruxelas, incluindo em áreas tradicionalmente soberanas como a política externa e a defesa. No entanto, a transição para um Estado federal encontra maior resistência.

Quando questionados sobre a possibilidade de evolução para uma “Estados Unidos da Europa”, 46% dos inquiridos mostram-se favoráveis, enquanto 38% preferem a devolução de competências e soberania aos países membros. Apenas 5% dos portugueses defendem a saída da UE, um número residual.

A defesa e a segurança europeias, temas centrais desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, são áreas onde os portugueses demonstram forte apoio a uma estratégia comum da UE. Cerca de 80% dos inquiridos concordam com a criação de um fundo comum para financiar investimentos nas indústrias de defesa, e 77% apoiam a formação de uma força militar europeia de reação rápida. A adesão da Ucrânia e da Moldávia à UE também é apoiada por 65% dos portugueses, refletindo o alinhamento com uma maior integração europeia nestas áreas.

A imigração é outro tema quente na agenda europeia, com o Pacto para a Migração e o Asilo a estabelecer mecanismos de solidariedade entre estados e um maior controlo das fronteiras. Apesar das críticas de partidos mais à direita (Chega) e à esquerda (BE, Livre e CDU), 72% dos portugueses defendem o pacto, e quase um terço (30%) sem qualquer reserva.

No final do ano passado, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que propõe a transferência de novas competências, a expansão de outras e o fim da unanimidade no Conselho Europeu, impedindo que um único país possa exercer um direito de veto. Esta medida tem o apoio de 63% dos portugueses, o que não surpreende dada a sua abertura para atribuir à UE mais poderes e capacidade de coordenação de políticas comuns.

A área que mais entusiasma os portugueses é a segurança externa, com 79% a favor de uma maior coordenação europeia. Seguem-se o ambiente (77%), a energia (75%), os Negócios Estrangeiros (70%), a indústria (67%), a saúde pública (65%) e a educação (62%).

A sondagem revela que o apoio a uma Europa federal é maior entre os residentes na Área Metropolitana do Porto (50%), os homens (51%) e pessoas entre os 35 e 49 anos (50%). Os eleitores da AD são os mais entusiastas (60%) quanto à ideia de uma Europa federal, seguidos pelos socialistas (45%) e bloquistas (44%). Por outro lado, 44% dos eleitores do Chega preferem a devolução de competências aos estados membros, embora 39% também apoiem a ideia de um Estado federal.

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