Galp investiu 70 milhões de euros no primeiro projeto solar fotovoltaico em Portugal. Filipe Silva sublinha o papel na descarbonização do país

A Galp inaugurou, esta sexta-feira, a primeira Central Solar de Alcoutim, oficializando a entrada no portefólio do grupo de um parque fotovoltaico de 144 megawatts (MW).  Este novo projeto da petrolífera vai permitir abastecer 80.000 famílias, evitando a emissão de 75.000 toneladas de CO2.

Trata-se, por isso, do maior ativo de energias renováveis que a empresa petrolífera tem a operar em Portugal, num investimento que superou os 70 milhões de euros. A organização energética não pretende ficar por aqui, apontou Filipe Silva, CEO da Galp.

“Nenhuma empresa em Portugal tem dado os passos que a Galp tem dado para a descarbonização do país. Anunciámos um grande projeto de biocombustíveis avançado para substituir o combustível a gasóleo”, sustenta o líder máximo da empresa petrolífera.

Sobre este assunto, Duarte Cordeiro deixa a garantia de que esta iniciativa da Galp está em consonância com as metas de descarbonização do país. “Este projeto fornece preços competitivos e, em poucas palavras, é uma transição energética nacional, estratégica e barata”. Posteriormente, o ministro do Ambiente explica que “estes investimentos têm um efeito multiplicador porque promove novos projetos industriais e dessa forma contribui decisivamente para a coesão social e empregos qualificados”.

Face às recentes críticas à atuação do Governo no que respeita à descarbonização do país, o ministro do Ambiente reforça a firme convicção e compromisso com as metas de descarbonização do país, cujo objetivo é reduzir cerca de 55 mil das emissões até 2030.

Já Osvaldo Gonçalves, presidente da Câmara de Alcoutim, mostra o “seu descontentamento” com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro. “Mostro o meu desagrado com a legislação criada para efeitos compensatórios aos municípios, com centros eletroreprodutores. Deixou de fora a nossa legibilidade e deixou de fora os munícipes de Alcoutim. São os motivos para que, de resto, a minha satisfação não seja total. Lanço-lhe o apelo para que sejamos ouvidos», atira o autarca algarvio.

O edil da Câmara de Alcoutim não ficou sem resposta, com o ministro do Ambiente a explicar que o concelho será alvo de uma compensação. “O Governo criou um mecanismo de compensação aos territórios e municípios. É verdade que à data que foi escolhida houve alguns municípios que não tiveram acesso aos benefícios. Se não for possível a retroatividade desta compensação, será possível compensar Alcoutim pela disponibilidade que demonstrou”, sustenta.

Composto por quatro centrais fotovoltaicas, S. Marcos, Viçosa, Pereiro e Albercas, o projeto de Alcoutim conta com 252.532 painéis solares que se estendem por uma área de 250 hectares. Um trabalho que, segundo Georgios Papadimitriou, vice-presidente executivos de Energias Renováveis da Galp, ainda agora começou no conselho algarvio.

Depois de se ter “aventurado” no português, o executivo, de nacionalidade grega, refere que o trabalho ainda não está terminado e que este é apenas o início da caminhada em Alcoutim. “O caminho que fizemos juntos dá-nos confiança para sermos ainda mais ambiciosos para o futuro, porque Portugal tem condições únicas para ser ainda mais competitivo”, revela.

A descarbonização também foi um dos temas em destaque na inauguração do Parque Solar em Alcoutim. Georgios Papadimitriou não fugiu ao tema e afirma que a abordagem do Governo está alinhada as metas de descarbonização nacionais e internacionais. “Portugal tem dado passos nesta jornada que devem ser vistos como uma referência para os restantes países”, conclui.