O “golpe judicial” do Governo israelita, que está a levar a cabo uma reforma que limita os poderes do Supremo Tribunal tem gerado uma onda de indignação e revolta, com dezenas de milhares de pessoas a sair às ruas em protesto e, perante o clima de instabilidade, há mesmo já uma tendência a surgir de israelitas que estão a preparar uma saída do país, perante a ameaça aos seus direitos e aos efeitos temidos nos negócios.
Segundo o Público, são vários os potenciais destinos de ‘fuga’ e, entre eles, está Portugal.
A este jornal Ruth Neto, britânica que nasceu em Israel mas está a viver em Portugal, acompanha estrangeiros em processo de mudança para Portugal. Se até agora nunca tinha trabalhado com israelitas, agora os contactos aumentaram exponencialmente, de um por dia para uma média de 25.
“É uma loucura”, sustenta, relatando que as pessoas que estão a ponderar a saída do país têm “medo de perder o seu dinheiro, os seus investimento”.
Pelo menos um cliente de Ruth Neto já assinou os documentos para vir para Portugal, e chorou na altura de assinar os papéis. Segundo conta, 99% dos israelitas que a contactam nunca pensaram em sair do país. Uma sondagem recente do canal 13 de Israel aponta que quase um terço (28%) dos israelitas estão a pensar sair do país, na chamada ‘relocalização’.
Também as empresas, sobretudo do setor tecnológico, estão a retirar investimentos de Israel, e a mobilizá-los para outro local. Por exemplo, a Riskified afirmou em março que iria ter um centro em Lisboa e que ofereceria modalidades de relocalização para os funcionários.
Recorde-se que Portugal é também um destino ‘apetecido’ devido à lei que dá nacionalidade portuguesa a descendentes de judeus sefarditas de origem portuguesa expulsos de Portugal no final do século XV. A lei estará em vigor até final de 2023.













