Ucrânia fecha fronteiras aos jovens em idade de combate que estudem no estrangeiro
A autoridade fronteiriça da Ucrânia anunciou que estão proibidos de deixar o país todos os jovens em idade de combate que queiram ingressar, ou continuar a estudar, em instituições de Ensino Superior no estrangeiro.
Em março, o governo ucraniano, no contexto da lei marcial decretada com o início da invasão russa, permitia que os estudantes que antes do início da guerra estivessem a estudar no estrangeiro pudessem continuar a fazê-lo, regressando e saindo da Ucrânia livremente. No entanto, a acumulação dos casos de fraude, para evitar o serviço militar ou para fugir ao conflito, obrigou Kiev a assumir uma posição mais dura e a vedar definitivamente essa possibilidade.
Assim, esses estudantes, mesmo que realmente estejam a estudar noutros países, não poderão deixar a Ucrânia para continuar os estudos, pelo que todos os jovens que tenham estado na Ucrânia na altura da declaração da lei marcial não poderão regressar às suas instituições de ensino.
Um porta-voz do Serviço Estatal de Guarda de Fronteiras, Andriy Demchenko, explica que a medida se deve ao facto de as autoridades terem detetado vários casos de falsificação de documentos que indicam programas de estudo no estrangeiro que, na realidade, não existem.
As informações indicam que só entre julho e agosto foram identificados 600 casos de fraude.
A ordem acontece no âmbito da lei marcial declarada pela Ucrânia que impede que homens entre os 18 e os 60 anos, em idade para serem recrutados para participarem nas batalhas contra as forças invasoras da Rússia, deixem a Ucrânia.
O porta-voz aponta que apesar de o decreto do governo estabelecer algumas exceções à saída dessas pessoas mesmo durante o período de lei marcial, “a categoria de estudantes não é abrangida pelo regime excecional” e, por isso, “não podem atravessar a fronteira para deixar a Ucrânia”.
De acordo com a agência de notícias ucraniana ‘Interfax-Ukraine’, a proibição está em vigor desde o passado dia 14 de setembro.