“Recrutamento a progredir a toda a velocidade”: China aproveita onda de patriotismo e reforça exército com milhares de jovens voluntários

A visita a Taiwan da Presidente da Câmara dos Representantes dos Estado Unidos, Nancy Pelosi, atraiu os olhares do mundo na semana passada, sob duras críticas e ameaças por parte da China deixou um rasto de tensões em crescendo entre Pequim, Washington e Taipé.

Depois de Pelosi ter deixado Taiwan, para continuar o seu períplo pela Ásia, o governo chinês deu início a exercícios militares com fogo real não apenas no Estreito de Taiwan, que separa a China do pequeno Estado insular, mas também circundou o flanco leste da ilha, no que alguns observadores descrevem como um bloqueio efetivo, ainda que não oficialmente declarado.

Desde então, aviões e navios de guerra chineses têm cruzado os céus e navegado os mares perto de Taiwan e o sentimento nacionalista da população chinesa está uma vez mais a crescer, principalmente porque o governo em Pequim acusa os EUA de terem violado a soberania da potência asiática e de ameaçarem a sua integridade territorial.

Conta o jornal ‘El Mundo’ que a manobras realizadas pela China em torno de Taiwan coincidiram com o período de recrutamento militar no país para o segundo semestre do ano, e é possível observar um aumento do número de candidaturas, numa altura em que milhares de jovens pretendem engrossar as fileiras do Exército Popular de Libertação.

Os perfis que mais chegam aos centros de recrutamento são estudantes universitários inscritos em cursos de Tecnologia e de Ciência, precisamente os mais procurados pelas forças armadas chinesas.

De acordo com a imprensa estatal chinesa, na região de Zhejiang, no Leste da China, mais de 110 mil voluntários apresentaram candidaturas, dos quais metade eram estudantes do Ensino Superior.

“O recrutamento está a progredir a toda a velocidade em todo o país”, avança o órgão de propaganda do Partido Comunista Chinês, explicando que as habilitações que o governo mais procura são as competências digitais, na área da comunicação, da engenharia, da topografia e da operação de drones.

Continua o chinês ‘Diário do Povo’ que “o recrutamento, que coincidiu com a recente crise no estreito de Taiwan, demonstra o crescente entusiamo entre os internautas chineses, que prometeram contribuir para a reunificação nacional”.

O exército da China já é o maior do mundo, em termos de número de efetivos, num país com um orçamento da Defesa que será superior aos 230 mil milhões de dólares. No ano passado, o Presidente chinês Xi Jinping tinha enfatizado a necessidade de atrair mais jovens e com mais habilitações académicas para que seja possível modernizar as Forças Armadas do país.

Nessa altura, o líder da China afirmou que eram precisos “grandes esforços para melhorar a alfabetização científica e os conhecimentos tecnológicos do pessoal militar”, para que seja possível garantir a vitória nas “guerras modernas”.

Esta quarta-feira, o governo chinês anunciou que todos os exercícios militares em redor da ilha de Taiwan foram “concluídos com sucesso”, mas garantiu manterão patrulhas regulares na região do estreito e que as forças da China continuarão prontas para o combate.

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