Batalhão Azov reconhecido como organização terrorista? Supremo Tribunal russo pronuncia-se hoje

A Justiça russa realiza esta terça-feira, dia 02 de agosto, uma audiência para analisar o pedido de reconhecimento do batalhão Azov, integrado no Exército da Ucrânia, como organização terrorista.

O pedido foi feito pelo Ministério Público da Rússia ao Supremo Tribunal, em meados do mês de maio, uma vez que este batalhão é considerado por Moscovo como um grupo “nazi”.

Segundo a ‘Reuters’, inicialmente esta audiência estava marcada para o passado dia 26 de maio, mas acabou por ser adiada pelo Tribunal para o dia 29 de junho e novamente para o dia de hoje, 02 de agosto, sem dar qualquer justificação.

Importa recordar que a declaração de uma organização terrorista implica a proibição das suas atividades.

O batalhão Azov, criado em 2014 no porto de Mariupol (Mar de Azov), é formado por ultranacionalistas e está totalmente integrado no Exército ucraniano desde o final desse ano.

A medida vai além de um projeto de resolução que a Duma, a câmara baixa do Parlamento da Rússia, vai avaliar quarta-feira e que propõe vetar a troca de “criminosos nazis”, numa referência aos combatentes do batalhão Azov que se renderam depois de semanas de cerco a um complexo siderúrgico em Mariupol.

As duas iniciativas surgem depois de o deputado russo Leonid Slutsky, líder interino do grupo parlamentar do Partido Liberal Democrata Ultranacionalista russo, ter afirmado que os combatentes do batalhão Azov merecem a pena de morte, propondo até uma exceção na moratória da Rússia sobre a aplicação da pena de morte.

“As bestas nazis semelhantes a humanos, cujas mãos estão até aos cotovelos manchadas com o sangue das mulheres, dos idosos e das crianças que foram baleadas nas costas, e que mutilaram os prisioneiros de guerra, devem receber o castigo mais severo”, escreveu o deputado na sua conta do Telegram.

O deputado, membro da delegação russa que negociou com o lado ucraniano, apoiou a declaração do presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, que afirmou que “os criminosos nazis não devem ser trocados” com Kiev por prisioneiros de guerra russos.

“Eles são criminosos de guerra e temos de fazer tudo para os levar à justiça”, afirmou Volodin em plenário no mês de maio, altura em que saiu o pedido de reconhecimento como organização terrorista.

(Com Lusa)

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