Rússia impõe cidadania russa automática a crianças nascidas em Kherson e Zaporijia depois do início da guerra

O anúncio foi feito pelos representantes de Moscovo nessas regiões, depois de no final de maio o Presidente russo Vladimir Putin ter promulgado um decreto que “simplifica” a atribuição de nacionalidade para ucranianos que vivem nas áreas ocupadas.

À agência de notícias russa ‘TASS’, Kirill Stremousov, o vice-chefe da administração militar-civil pró-Rússia em Kherson, atualmente sob controlo das tropas russas, disse que “os órfãos já receberam a cidadania”, referindo-se às crianças nascidas para pais ucranianos mortos no decorrer dos combates na Ucrânia.

No dia 11 de junho, um alto oficial do governo da Rússia assegurou que os residentes nessa região iriam receber passaportes russos, tendo alguns já sido atribuídos durante o fim-de-semana passado, avança o ‘The Moscow Times’.

Essa tática iniciada por Moscovo sugere, de acordo com alguns observadores, que a Rússia poderá estar a preparar-se para lançar um processo de anexão das áreas sobre as quais já conseguiu conquistar controlo desde o início da guerra.

Ainda esta semana, as Nações Unidas avisaram que o governo russo não deveria ir avante com o alegado plano para realizar adoções forçadas de crianças ucranianas que foram transportadas ilegalmente para a Rússia pelas forças militares.

Contudo, o senador russo que preside à Comissão de Assuntos Constitucionais e Estatais, Andrei Klishas, negou que esteja a ser imposta a nacionalidade russa a quem quer que seja, referindo que “não existe qualquer regra do género na lei da cidadania” da Rússia, mas afiança que “esse assunto terá que ser resolvido”.

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