Uma loja para investir em criptomoedas
A Criptoloja é a primeira fintech portuguesa dedicada à compra e venda de criptomoedas registada no Banco de Portugal. Criada em 2021, foi idealizada como um conceito inédito em Portugal e permite, entre outras operações, depósitos e levantamentos em euros, com crédito na conta bancária no mesmo dia. Além disso, conta com suporte ao cliente totalmente em português, via chat, telefone, e-mail e presencial.
Pedro Borges, co-fundador da empresa, trabalhou em criptoeconomia no Brasil durante vários anos e, após o regresso a Portugal em 2018, decidiu investir nesta «oportunidade que existia no mercado, visto que não havia nenhum serviço deste género em Portugal».
A Criptoloja trabalha apenas com particulares e permite a transacção de dezenas de criptomoedas financeiras. Actualmente, 92% dos clientes desta fintech são portugueses e 4% brasileiros, sendo os restantes provenientes de outras nacionalidades.
De acordo com Pedro Borges, o mercado das criptomoedas em Portugal está a evoluir «da mesma forma que qualquer outra indústria que está a dar os seus primeiros passos. Neste momento, estamos a passar por uma altura complicada porque há falta de regulação e muitas tentativas de utilizar as criptomoedas como se fossem instrumentos financeiros tradicionais. Ainda assim, há cada vez mais penetração no mercado deste tipo de activos».
Para facilitar esta penetração e ajudar os clientes e potenciais clientes a investir de forma informada em criptomoedas, a Criptoloja promove, desde Julho passado, uma série de cursos e webinares sobre diversos temas, com uma regularidade semanal. Além disso, dispõe de um blogue regularmente actualizado com artigos e e-books sobre temas relacionados com criptomoedas.
O objectivo destes conteúdos é contribuir para uma maior literacia financeira por parte dos potenciais investidores, que precisam perceber os riscos e benefícios das transacções que estão dispostos a fazer. Do mesmo modo, uma melhor compreensão do mercado pode ajudar os investidores a lidar de forma mais assertiva com períodos de volatilidade das criptomoedas. «As pessoas interessam-se nas criptomoedas quando o mercado está em alta e fogem quando está em baixa. Devia ser exactamente o contrário, porque é quando há quedas que surgem as melhores oportunidades», refere Pedro Borges.
Uma novidade que a Criptoloja apresenta ao mercado português, que vai além da transacção de criptomoedas, é tokenização de activos reais. Para explicar esta componente do negócio, Pedro Borges refere o mercado brasileiro, onde as taxas de juro são muito superiores às da Europa, tornando os depósitos a prazo muito apetecíveis para o resto do mundo, mas inacessíveis, devido às políticas proteccionistas. «A tokenização permite que um produto financeiro seja comprado no Brasil, por exemplo, e de seguida tokenizado. A partir do momento em que esse produto está na blockchain, pode ser adquirido por qualquer pessoa como uma qualquer criptomoeda. Isto faz com que um produto real, praticamente inacessível a quem não vive numa determinada região, se torne acessível ao resto do mundo por via da tokenização».
Em 2023, a Criptoloja pretende alargar «enormemente o número de tokens de activos financeiros reais» e, se o mercado normalizar, alargar a sua actividade para Espanha, «pelo menos».