ANA|VINCI Airports: Descarbonizar o sector da aviação
Na ANA a área do Ambiente assumiu desde muito cedo um papel central, tendo ganho enorme relevo com a integração no grupo VINCI Airports. Totalmente empenhados em atingir a descarbonização dos seus aeroportos e em apoiar a descarbonização do sector da aviação, a VINCI Airports implementou um plano de acções que abrange toda a sua rede mundial. A ambição da VINCI Airports é atingir emissões Net Zero em 2030 nos aeroportos portugueses e nos seus aeroportos da União Europeia. Esta liderança ambiental tem sido materializada em Portugal com várias medidas de gestão implementadas diariamente pela ANA, como foco sobretudo na inovação, na responsabilidade e na pró-actividade.
«As iniciativas da VINCI Airports têm permitido acelerar o cumprimento dos nossos objectivos nos vários eixos estratégicos: os prémios de ambiente VINCI, a definição de Planos de Acção de Energia e Gestão de Carbono para cada um dos aeroportos, as acções de reflorestação, a sensibilização ambiental junto dos nossos parceiros, o desenvolvimento de projectos fotovoltaicos, e muito mais», afirma fonte oficial da empresa.
De facto, e especificamente na área de energia, a VINCI Airports tem apostado em projectos de eficiência energética nos aeroportos portugueses: iluminação LED, sistemas inteligentes de monitorização de consumos, optimização das temperaturas nos terminais, renovação da frota com veículos de baixas emissões. Recentemente, a VINCI Airports inaugurou a primeira estação fotovoltaica aeroportuária em Portugal, no aeroporto Gago Coutinho – Faro, o início do plano de desenvolvimento da VINCI Airports nesta área em Portugal, com vários projectos em curso nos restantes aeroportos.
Ao nível da redução das emissões de carbono, a VINCI Airports tem vindo a envolver os principais stakeholders da actividade aeroportuária. Em Portugal, a ANA está a estabelecer planos de parceria com stakeholders, que irão definir acções que conduzam estas entidades que operam nas suas infra-estruturas, a conseguir reduzir as suas emissões, individualmente ou em colaboração com a ANA. Todas estas iniciativas de descarbonização, o esforço das equipas e o forte compromisso e envolvimento de todos, permitiram a candidatura da ANA ao segundo nível mais elevado do Programa de Gestão Voluntária de Carbono da ACI, o Airport Carbon Accreditation, o nível 4, conseguido em Maio deste ano para nove aeroportos da ANA.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Os principais desafios passam pela procura e implementação de soluções cada vez mais sustentáveis, sem colocar em causa a manutenção do elevado nível de qualidade de serviço dos seus aeroportos. «As nossas oportunidades estão directamente ligadas ao desenvolvimento tecnológico, já que a melhoria ambiental une inovação e ambiente. Um exemplo desta nossa convicção é o nosso empenho em projectos como a aposta na utilização dos sustainable aviation fuels e do hidrogénio na aviação. É importante salientar que a actividade aeroportuária envolve muitas empresas e entidades, pelo que, a transformação e o desenvolvimento de medidas na área ambiental têm sempre de ocorrer em ligação com todos os stakeholders, incluindo as comunidades envolventes aos aeroportos, um desafio premente nesta indústria, até porque, com a integração da ANA na rede de aeroportos VINCI, os desafios são acrescidos enquanto player de relevo internacional», acrescenta.
Em 2021, a VINCI Airports definiu novos objectivos estratégicos de ambiente, divididos em três grandes áreas: energia e alterações climáticas; economia circular e gestão de resíduos; água e ambiente natural. Para cada uma destas áreas, foram definidos planos de acção, com metas e objectivos específicos para cada aeroporto. Neste último ano, várias iniciativas permitiram acelerar o cumprimento dos objectivos nos vários eixos estratégicos.
Para além de algumas iniciativas já referidas, a conclusão de auditorias hídricas levou à definição de medidas específicas, de curto e longo prazo, para redução dos consumos de água e aumento da eficiência hídrica nos aeroportos da ANA. Projectos inovadores como o da rega preditiva nos espaços verdes exteriores do aeroporto de Lisboa provaram a sua eficácia e serão alargados a Faro, Porto e Madeira. Outro caso de sucesso foi a instalação no aeroporto do Porto, de pontos de recolha de água das garrafas retidas no rastreio de segurança que é depois aproveitada para rega e lavagens, sistema agora replicado nos aeroportos de Ponta Delgada, Faro e Madeira.
«A identificação e implementação de medidas que permitam suportar o objectivo de zero resíduos para aterro tem sido um trabalho central, que complementamos com sessões de sensibilização, internas e externas, pelo reforço da comunicação, pela implementação de estações de triagem, entre outros. Para a protecção e promoção da biodiversidade, em linha com a adesão à iniciativa ACT4Nature, temos promovido projectos de reflorestação nas áreas de influência dos nossos aeroportos, como Porto Santo, Tavira e Gouveia, em conjunto com parceiros estratégicos. De igual forma, mantemos o nosso apoio, aos Centros de Recuperação de Vida Selvagem CERVAS (em Gouveia) e RIAS (em Olhão)», sublinha fonte oficial da empresa.
O Manifesto Empresas pela Sustentabilidade, lançado em 2020, é uma iniciativa do BCSD Portugal que pretende consciencializar as empresas para a importância da temática da Sustentabilidade. De destacar ainda a assinatura da ANA – Aeroportos de Portugal, SA, no Compromisso Lisboa Capital Verde 2020 – Acção Climática Lisboa 2030, aderindo também ao Pacto de Mobilidade Empresarial para a cidade de Lisboa.
ESTRATÉGIA
As iniciativas de descarbonização implicam seguramente ajustes nos negócios da empresa, contudo, uma vez que são integradas num contexto mais abrangente, que foca a sustentabilidade como um todo. «Nós, na ANA|VINCI Airports, estamos comprometidos em fazer a nossa parte, tornando o objectivo de promoção da sustentabilidade intrínseca à estratégia do negócio, de modo a ser compreendida e experienciada em toda a empresa», refere.
A mesma fonte destaca o empenho da empresa na implementação de medidas de descarbonização, mas também na promoção da sustentabilidade em geral, uma vez que, ao sintonizar e direccionar as acções da empresa para a sustentabilidade, tendo sempre em linha de conta o longo prazo, abre-se uma porta estratégica: criar valor partilhado através da criação de acções que optimizem os processos da empresa, mas que, em simultâneo, desenvolvam a sociedade circundante e os stakeholders. «De facto, estamos conscientes de que o nosso papel vai muito além da responsabilidade directa dos nossos impactos, enquanto gestor aeroportuário», lembra.
Encarando o papel de um “promotor”, que deve ser capaz de trabalhar e incentivar a comunidade aeroportuária para um melhor desempenho colectivo (onde se inclui também o desempenho de Desenvolvimento Sustentável), a visão da empresa para o sector aeroportuário em Portugal é ligar e posicionar Portugal como um destino de qualidade, para turismo e negócios, promovendo o desenvolvimento nacional e local de forma sustentável. «Nesse sentido, assumimos que a nossa missão é promover uma gestão aeroportuária de excelência, gerindo de forma eficiente as infra-estruturas aeroportuárias, ligando Portugal ao mundo de forma cada vez mais sustentável, o que inclui a descarbonização do sector », explica fonte oficial.
INICIATIVAS E SUSTENTABILIDADE
Os clientes, sejam passageiros, companhias aéreas ou concessionários, têm cada vez mais preocupações ambientais. Aliás, hoje já é possível viajar de avião de forma mais sustentável: aeronaves mais modernas e o uso de combustíveis como o SAF (Sustainable Aviation Fuel), estão entre as soluções que a VINCI Airports está a implementar e que trará um impacto positivo imediato.
Em Portugal, a ANA tem apoiado companhias aéreas que já utilizam SAF nos seus voos para Portugal, como a Air France, KLM e TAP Air Portugal, ajudando-as a promover estas iniciativas, acrescentando inovação e novos procedimentos que reduzem a pegada de carbono dos nossos aeroportos.
No ano passado, o Aeroporto de Lisboa implementou um novo sistema de monitorização da pegada de carbono para cada voo de chegada e partida. O programa informático cruza dados dos sistemas operacionais, calculando a pegada de carbono de cada voo, o que fornecerá informações relevantes para a gestão do aeroporto e às companhias aéreas e intervenientes operacionais, criando oportunidade de identificar e promover medidas de redução. Esta nova iniciativa, desenvolvida internamente por colegas da ANA foi reconhecida internacionalmente nos prémios VINCI para o Ambiente.
A ANA|VINCI Airports tem vindo a investir na promoção de novos estudos com várias empresas do sector dos transportes e tecnologia no que respeita à utilização de hidrogénio nas frotas e equipamentos. Este ano, a ANA propôs uma modulação de taxas em todos os aeroportos para promover a utilização de aeronaves menos ruidosas, seguindo a metodologia mais recente utilizada em vários aeroportos internacionais. Este sistema de modulação ecológica, com taxas que são neutras para as receitas da ANA, fará com que as companhias aéreas com frotas ambientalmente mais eficientes paguem menos do que as companhias aéreas com aeronaves mais ruidosas, apoiando a transição das companhias aéreas para investir em aeronaves modernas.
Um dos principais desafios no âmbito da Sustentabilidade, centra-se nas alterações climáticas e seus efeitos. «Os desafios de mostrar o nosso empenho colectivo para a obtenção de resultados efectivos sob os impactos ambientais das nossas infra-estruturas, em particular no que diz respeito à redução da pegada de carbono são elevados, mas estamos a trabalhar para que, em conjunto com os nossos parceiros, seja possível alcançar a descarbonização do sector da aviação», salienta fonte oficial.
Garantir um serviço de qualidade, com um consumo mínimo de recursos possíveis e apostando no seu uso criterioso, garantindo a criação de valor partilhado com os stakeholders é uma meta e um constante desafio da empresa. Contudo, os desafios não se centram apenas no domínio ambiental, mas também em gerar valor para todos os stakeholders, a começar pelos trabalhadores. Uma boa estratégia só é eficaz se as pessoas responsáveis pela sua implementação estiverem totalmente envolvidas na transformação, os verdadeiros agentes de mudança.
«De igual forma, a sustentabilidade é uma área em que a ligação à inovação e à produção de conhecimento podem gerar transformações mais disruptivas e mais capazes de nos permitirem concretizar os objectivos do desenvolvimento sustentável. Na ANA|VINCI Airports temos igualmente vindo a apostar na inovação colectiva visando encontrar respostas diferenciadoras para a maior sustentabilidade da nossa actividade, sendo um desafio que queremos continuar a endereçar no futuro próximo», conclui fonte oficial da empresa.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da pegada ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 199) da Executive Digest.