Economia portuguesa deve contrair 0,3% e inflação deve alcançar os 4,3% em 2023, revela estudo
Os especialistas da Allianz Trade, acionista da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos divulgaram esta quarta-feira um estudo sobre a economia e revelam que, em Portugal, esta deverá contrair 0,3% no próximo ano, apesar de as previsões para este ano serem de um crescimento de 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
As previsões para 2023 contrastam com as feitas em julho que mencionavam uma expansão da economia nacional de 1,7% no próximo ano.
Em termos de inflação, o estudo revela ainda que reviu as previsões em alta. “A Allianz Trade prevê que a inflação em Portugal se situe nos 7% neste ano e nos 4,3% em 2023. Anteriormente, a estimativa era de uma inflação de 5,6% em 2022 e de 3% no próximo ano.”
O agravamento das previsões, para os dois indicadores, está relacionado com a guerra na Ucrânia, o aumento dos preços da energia e a quebra da confiança das empresas e das famílias, fatores que continuam a impedir que as economias mundiais evoluam.
Sobre a economia da Zona Euro, as previsões também foram alteradas e os economistas preveem agora que suba 3,1% este ano e registe uma contração de 0,8% em 2023. No início do verão, a previsão era que o PIB da região avançasse 2,8% neste ano e 1,5% no próximo.
“A Zona Euro entrará em recessão no próximo ano e a médio prazo as perspetivas económicas não são muito animadoras. Os preços da energia devem continuar elevados, a limitação no fornecimento de gás natural, conjugada com a incerteza geopolítica persistente e com as limitações ao nível das políticas, fazem aumentar os receios de um prolongamento da recessão em 2024. A Alemanha, que tem uma economia assente numa indústria fortemente exportadora, será uma das geografias que vai enfrentar um contexto económico desafiante”, afirma Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz.
Analisando as maiores economias da Zona Euro, os economistas falam num crescimento da Alemanha de 1,6% em 2022 e uma contração económica de 1,3% em 2023, um aumento do PIB em França na ordem dos 2,5% este ano e uma contração de 0,6% no próximo ano e, por fim, para Espanha, preveem um crescimento da economia de 4,3% em 2022 e uma contração de 0,3% no próximo ano.
Por outro lado, em termos de inflação, os analistas estimam que termine 2022 com a inflação a 8,3%, o que representa uma revisão em alta face à previsão revelada no início do verão. Para 2023, preveem que a taxa de inflação se situe nos 5,6% no bloco do euro.
“Na Zona Euro, a inflação pode atingir o seu pico, próximo dos 10% no quarto trimestre de 2022 e manter-se acima dos 4% no último trimestre de 2023. Ainda assim, são cada vez mais os sinais de que as dificuldades nas cadeias de abastecimento mundiais, bem como, as expectativas de preços das empresas já atingiram o seu ponto mais alto à medida que a procura por bens está a enfraquecer rapidamente. Como resultado disso, acreditamos que excesso de inventário no setor transformador e na construção podem ajudar a baixar a inflação em 2023”, admite Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz.
Analisando novamente as maiores economias da Zona Euro, a Alemanha deve registar uma taxa de inflação de 8,5% neste ano e 6,2% em 2023, França deve alcançar os 5,5% em 2022 e 4,3% em 2023 e, por fim, Espanha deverá fechar este ano com uma taxa de inflação de 9% e no próximo ano atingir os 5,7%.