Escassez de baterias pode colocar em risco produção de carros elétricos, alerta CEO da Stellantis
O CEO da fabricante de marcas automóveis como Peugeot, Fiat, Chrysler e Jeep, afirmou que a atual produção de baterias poderá não ser suficiente para dar resposta à crescente procura por veículos elétricos, à medida que o mundo acelera cada vez mais em direção à mobilidade livre de emissões de gases com efeito de estufa.
De acordo com o jornal britânico ‘The Guardian’, Carlos Tavares prevê que a insuficiência da oferta no mercado de baterias elétricas terá efeitos tangíveis já em 2025. Depois dos problemas observados desde o início da pandemia de Covid-19 ao nível das cadeias de abastecimento de semicondutores, que resultaram em atrasos na produção de veículos e na perda de milhões em receitas, as fabricantes de automóveis têm agora em mãos um novo problema. À medida que as marcas procuram intensificar os esforços para transitarem de veículos movidos a combustíveis fósseis para automóveis alimentados a eletricidade, o mercado das baterias elétricas poderá não ter capacidade para acompanhar a crescente procura.
“Posso antecipar que em 2025 ou 2026 teremos uma escassez de baterias, e se não houver falta de baterias, então veremos evidenciada uma grande dependência do mundo ocidental face à Ásia”, antevê o executivo português, acrescentando que a transição energética poderá gerar tensões geopolíticas, fruto da dependência de minerais extraídos em países que são concorrentes estratégicos, e que são matérias fundamentais para o fabrico de baterias, entre muitos outros equipamentos e componentes dos veículos, e para a transição energética como um todo.
Avança a ‘Bloomberg’ que a Stellantis tem planos para apresentar 75 novos modelos totalmente elétricos até 2030, com vendas anuais esperadas de 5 milhões de veículos. Contudo, com a escassez antecipada de baterias, e os correspondentes aumentos dos custos de produção, o CEO da fabricante sublinha que um dos grandes desafios será também manter os carros elétricos acessíveis à classe média. Caso contrário, a base de consumidores encolhe, e, com ela, também encolherão as fontes de receitas da indústria.