Comissão Europeia retira “o maior banco da Rússia” do sistema SWIFT. “Aumento dos preços da energia e da inflação” podem ser consequência, diz analista

Esta quarta-feira, dia 4, a Presidente da Comissão Europeia (CE) anunciou o sexto pacote de sanções contra a Rússia, incluindo a retirada do Sberbank, o maior banco da Rússia, do sistema internacional de pagamentos SWIFT.

Perante os membros do Parlamento Europeu, Ursula von der Leyen, num discurso que marca um endurecimento da postura de Bruxelas, afirmou que “finalmente vamos retirar o Sberbank do SWIFT”. “Ao fazer isso, estaremos a atingir bancos que são sistemicamente cruciais para o sistema financeiro russo e para a capacidade de Putin criar destruição. Isto irá solidificar o completo isolamento do setor financeiro russo do sistema global”, sublinhou. O Sberbank representa cerca de 37% de todo o sistema financeiro da Rússia.

O executivo de Bruxelas irá também retirar do SWIFT “outros dois grandes bancos russos”, mas não avançou quais seriam. Contudo, de acordo com a publicação ‘Politico’, esses outros bancos serão o Banco de Crédito de Moscovo e o Banco Agrícola Russo.

Em março, a CE tinha optado por manter no sistema SWIFT o Sberbank, bem como o Gazprombank, o braço financeiro da petrolífera estatal controlada pelo Kremlin, a Gazprom. Contudo, a pressão política intensificou-se e a CE acabou agora por ceder, apertando o cerco à Rússia e estrangulando ainda mais a capacidade do governo de Vladimir Putin para financiar o seu esforço de guerra.

Consultado pela ‘Executive Digest’, o analista Nuno Mello, da corretora XTB, explica que “os dois bancos foram deixados de fora [da exclusão do SWIFT], porque lidam com a maior parte dos pagamentos relacionados com as exportações de gás e petróleo, de que a UE depende para produzir energia”. Considerando que a União Europeia depende da Rússia para suprir 40% das suas necessidades energéticas, Bruxelas optou na altura por não pisar essa linha.

No entanto, o cenário é agora outro, e “a decisão de hoje de manhã mostra que têm sido feitos progressos no sentido de a Europa se tornar independente energeticamente da Rússia”, refere o especialista. “De acordo com relatório do Ministério da Economia alemão, a Alemanha pode estar pronta para acabar com a dependência do petróleo russo até ao final do verão”, acrescenta.

Então quais poderão ser as consequências para a Europa e para Portugal da exclusão do Sberbank do sistema SWIFT? O analista explica que “este acontecimento terá implicações no aumento dos preços da energia a curto prazo, no aumento da inflação e, consequentemente, no poder de compra dos consumidores”.

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