Galp: Onde a economia e o ambiente convergem

O compromisso de neutralidade carbónica em 2050, que Portugal foi o primeiro país europeu a assumir e ao qual a Galp se compromete a alcançar, é hoje o ponto cardeal que orienta os rumos e estratégias de qualquer empresa preocupada com o futuro – não só com o futuro abstracto, da Humanidade ou do Planeta, mas com o seu próprio futuro.

Esse imperativo explica, por exemplo, que a Galp tenha decidido reservar metade das suas despesas de investimento até 2025 para projectos com emissões de carbono reduzidas ou nulas, e pelo menos 30% do total para consolidar a sua posição de liderança no segmento das energias renováveis.

A Galp é, actualmente, o terceiro maior produtor de energia solar da Península Ibérica, com uma carteira onde ambiciona superar os 4 GW de capacidade instalada em 2025 e triplicar essa capacidade, para 12 GW, até ao final da corrente década.

Depois de uma entrada de rompante no mercado espanhol, com a aquisição da unidade de energias renováveis da construtora espanhola ACS, a prioridade será agora diversificar para outras geografias, bem como para outras tecnologias, como a energia eólica e o armazenamento, nomeadamente através de baterias.

O caminho da Galp em direcção à descarbonização será feito, essencialmente, pelo crescimento dos negócios de baixo carbono a um ritmo mais acelerado do que o negócio de upstream, que continuará a suportar o esforço financeiro desta transformação durante alguns anos, mas que representará uma proporção cada vez menor dos resultados, à medida que também a sociedade for fazendo esta transição.

«O mundo está a mudar, o mercado está a mudar e também nós temos que mudar», explicou Andy Brown, CEO da empresa, à comunidade financeira, em Junho. «É o que faz sentido do ponto de vista económico, mas também é a atitude correcta perante todos os desafios que temos pela nossa frente», continuou.

Enquanto empresa de energia, a Galp tem a dupla responsabilidade de reduzir a pegada ambiental, mas também de disponibilizar as ferramentas para que toda a sociedade possa mudar os hábitos e padrões de consumo energético.

A mobilidade eléctrica será o aspecto visível mais imediato. Quando alguém carrega a bateria do seu automóvel eléctrico na via pública ou numa estação de serviço, é muito provável que o faça num ponto de carregamento operado pela Galp – e essa probabilidade é ainda maior se o ponto de carregamento for rápido ou ultrarrápido, uma vez que a Galp é o principal operador do mercado.

Ainda este ano, a Galp irá ultrapassar os mil pontos de carregamento em operação, duplicando o número de pontos que operava no final de 2020. As expectativas da empresa são as de atingir 10 mil pontos de carregamento em operação na Península Ibérica no final de 2025, dos quais cerca de metade em Espanha – a que se somam milhares de pontos de carregamento em casas de clientes.

Uma peça-chave, para a produção de automóveis eléctricose para maximizar a flexibilidade das energias renováveis é a promoção de capacidade de armazenamento da electricidade renovável produzida, através de baterias.

A Galp está a desenvolver esforços para fazer parte de uma cadeia de valor das baterias em Portugal, beneficiando dos nossos recursos naturais, desde logo a existência das maiores reservas de lítio da União Europeia, mas também as condições ímpares para a produção de energia solar e eólica.

Todavia, a diversidade de perfis de consumo e de necessidades de energia faz com que a electrificação não seja a única solução para a descarbonização, nem sequer a mais adequada para muitas indústrias, como por exemplo a produção de aço, ou para sectores como a aviação, o transporte marítimo ou o transporte rodoviário pesado de mercadorias.

Nesse sentido, a Galp está a trabalhar em várias frentes para criar um Green Energy Hub em Sines, do qual a peça central será a produção de hidrogénio verde. Este será produzido com recurso a energia renovável e a um electrolisador que deverá estar em produção em 2025. Em 2030, a Galp espera que o desenvolvimento do mercado permita e justifique a expansão da capacidade de electrólise para entre 600 MW e 1 GW.

A partir do hidrogénio, será possível reduzir um quarto das emissões no processo de refinação, introduzir nos combustíveis convencionais uma importante percentagem de energia renovável e no futuro avançar para a produção de combustíveis sintéticos de baixo carbono que serão fundamentais para a redução da pegada ambiental dos transportes aéreo, marítimo e rodoviário. A Galp vai também procurar a utilização directa de hidrogénio nos transportes, nomeadamente nos transportes pesados de passageiros e de mercadorias.

A Galp está igualmente activa na promoção de novos hábitos e ferramentas de gestão da energia associada à mobilidade, através da Flow, uma startup desenvolvida no universo do CEiiA que desenvolveu um novo sistema operativo que permite a gestão integrada de frotas empresariais ou urbanas, da sua electrificação e de toda a infra-estrutura de carregamento e geolocalização das viaturas. Esta solução de mobilidade como serviço já está a ser implementada em muitas empresas.

Outra área em que a redução de emissões é benéfica tanto para o ambiente como para as nossas carteiras, é revolução em curso na forma como muitos portugueses, já hoje, produzem a sua própria energia de forma totalmente sustentável, através de painéis fotovoltaicos que rentabilizam um activo imobiliário até agora inútil: os telhados das nossas casas. A Galp lançou uma nova empresa, a ei – energia independente, que, através de soluções de inteligência artificial, permite tirar o máximo rendimento do investimento num conjunto de painéis solares que se pagam a si próprios em poucos anos, continuando a trazer poupanças económicas e ambientais durante muito tempo depois.

Todas estas iniciativas, irão permitir que a Galp reduza as emissões globais das suas operações em 40% até 2030, assim como a intensidade carbónica da energia produzida em 40%, e de 20% de toda a energia vendida. Estas metas fazem parte da ambição da Galp de atingir a neutralidade carbónica até 2050.

A par destes esforços, a Galp tem participado, a nível global, nas grandes iniciativas para a harmonização das regras de reporte dos riscos relacionados com o ambiente, para que os esforços desenvolvidos por cada empresa sejam comparáveis, disponibilizando já os seus dados a diversas organizações que os avaliam e divulgam periodicamente os resultados.

A Galp tem, por isso mesmo, liderado os mais prestigiados rankings de sustentabilidade mundiais, nomeadamente como a melhor empresa europeia do seu sector no Dow Jones Sustainability Indices, uma das três melhores no MSCI Europe e a sétima melhor no Sustainalytics – para além de posições de destaque noutros rankings de relevo, como o CDP ou o FTSE4Good.

O objectivo da Galp é acelerar o passo, mantendo o rumo.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da Pegada Ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 187) da Executive Digest.

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