Sibéria lança “alerta vermelho” com chegada da avalanche de mineradores de criptoativos
A região de Irkutsk, na Sibéria, lançou esta semana o “alerta vermelho”, já que teme que a nova onda de mineradores de criptoativos – que com a expulsão da China se viraram para outras regiões com custos energéticos mais baixos – desencadeie uma sobrecarga no local.
O consumo de energia em Irkutsk disparou 159% este ano, face aos níveis de 2020, devido a uma “avalanche” de mineração subterrânea de criptomoedas, anunciou o governador Igor Kobzev, numa carta enviada ao vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak, na qual o líder regional pede taxas de eletricidade mais altas para os mineradores.
“Este fenómeno pode gerar acidentes”, defende a carta. A missiva foi publicada pela imprensa local e a sua autoria confirmada pelo gabinete de Kobzev.
Irkutsk, que depende fortemente da energia hidrelétrica, sendo a região com a eletricidade mais barata da Rússia, já era um centro nacional de mineração intensiva. Agora, a repressão de Pequim contra o mercado dos criptoativos levou os mineradores a fugirem para outras regiões, com os EUA a liderar a lista de destinos.
Os EUA ultrapassaram pela primeira vez a China, tornando-se o abrigo número um para mineradores de criptomoedas, segundos os dados publicados esta quarta-feira pela Universidade de Cambridge.
Em julho, 35,4% do ‘hashrate’ do Bitcoin –um termo utilizado pelo setor para descrever o poder de computação coletiva dos mineradores – reside nos Estados Unidos, de acordo com o Cambridge Centre for Alternative Finance. É um aumento de 428% em relação a setembro de 2020.
Há 12 meses, a China era líder de mercado em ‘hashrate’. Porém a repressão de Pequim contra este mercado mudou por completo o cenário mundial.
Washington e Texas são os destinos preferidos e a justificação é simples: são regiões que trabalham pelas energias renováveis e com baixo custo de eletricidade.
“A mineração é sensível ao preço, e as energias renováveis tendem a ser mais baratas”, explicou o CEO da Blockstream, Adam Back, em declarações à Bloomberg.
Pequim desferiu último golpe contra criptomoedas
E, setembro, o Banco Central Chinês (PBOC) intensificou sua pressão sobre as criptomoedas, declarando oficialmente que todas as transações relacionadas a este tipo de ativos digitais são ilegais e devem ser proibidas.
Todas as criptomoedas serão oficialmente proibidas de circular no mercado, revelou a instituição financeira no seu site.
Todas as transações relacionadas a criptomoedas, incluindo serviços prestados por exchanges no estrangeiro, para residentes em território chinês, passam assim a ser consideradas atividades financeiras ilícitas.