Despesa pública com juros caiu quase 400 milhões de euros até junho

A despesa do Estado com juros até junho desceu 398 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado, de acordo com um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) acerca da dívida.

“No primeiro semestre de 2021, registou-se uma redução na despesa com juros e outros encargos da dívida direta pública. Nos primeiros seis meses de 2021, a despesa com juros e outros encargos ascendeu a 3.742 ME [milhões de euros], refletindo uma redução de 9,6% (–398 ME) quando comparada com igual período do ano anterior”, pode ler-se no relatório que analisa as Condições dos mercados, dívida pública e dívida externa.

Segundo o documento da UTAO, a redução verificada até agora é já “superior à prevista no OE2021 para o conjunto do ano (–4,8%; –333 ME)”.

“Esta contração foi determinada, sobretudo, pela diminuição homóloga em 10,1% (– 294 ME) da despesa com juros de OT [Obrigações do Tesouro], e, em menor escala, pela redução em 21,1% (–84 ME) da despesa com juros dos Certificados de Aforro e do Tesouro”, detalha o relatório da UTAO.

A unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras salienta ainda “a diminuição de 6,8% na despesa com juros no âmbito dos empréstimos oficiais (PAEF [Programa de Assistência Económica e Financeira, ‘troika’] e SURE [da União Europeia face à covid-19]), de 615 ME para 573 ME”.

O relatório dos técnicos que dão apoio aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Assembleia da República (AR) destaca também que “o ‘stock’ de dívida pública portuguesa detido pelas famílias manteve a tendência de crescimento, alcançando um novo máximo no final de junho de 2021”, com o valor de 30.032 milhões de euros.

“Após a quebra pontual de 661 ME ocorrida em janeiro de 2020, seguiu-se um movimento de recuperação, mais acentuado até novembro de 2020, mas que manteve um ritmo de crescimento, embora mais lento, após esta data. Desta forma, o valor registado no final do primeiro semestre de 2021 situou-se 864 ME acima do alcançado no final do período homólogo de 2020”, 29.168 milhões de euros, pode ler-se no documento.

A UTAO destaca que até ao final de junho o montante de Certificados do Tesouro (CT) ascendeu a 17.696 milhões de euros, 650 milhões acima do mesmo período de 2020.

Já o stock de Certificados de Aforro “ascendeu a 12.336 ME no final do primeiro semestre de 2021, refletindo uma subida homóloga de 214 ME”.

“A tendência de aumento no montante de dívida pública portuguesa detida pelo setor institucional das famílias manteve-se no período mais recente, sendo o reflexo das taxas de juro mais atrativas que estes instrumentos apresentam, face a outros instrumentos de poupança existentes no mercado com nível de risco idêntico”, justifica a UTAO.

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