Benfica: Resultados da oferta obrigacionista apontam para ausência de investidores institucionais, avança especialista
O Benfica conseguiu angariar na Oferta Pública de Subscrição, lançada a 28 de junho até ao passado dia 23 deste mês, 35 milhões de euros, junto de 1.887 investidores. 69% do montante foi aplicado por colocadores, enquanto 31% foi investido por intermediários financeiros.
Ao todo, 609 investidores subscreveram entre dois mil a cinco mil euros, 473 aplicaram entre cinco mil a 10 mil euros, 717 entre 10 mil até 50 mil euros, e 88 aplicou um montante acima dos 50 mil euros.
Para Octávio Viana, presidente da Associação de Investidores Portugueses (ATM), é de salientar “o facto de a procura ter excedido a oferta”, já que o rateio foi de 0,83 – ou seja, por exemplo, por cada mil ações procuradas, apenas foram atendidas 830.
No entanto, “apesar de a procura ter excedido a oferta, tendo em conta o rácio de 0,83, a maioria, senão a totalidade, foi subscrita por investidores particulares, dado que apenas 88 mostraram intenção de aplicar mais de 50 mil euros em obrigações”, explica o presidente da ATM.
“Poderão haver institucionais, mas parece pouco provável, quando combinado com os resultados”, acrescenta o especialista.
A Executive Digest tentou ainda apurar quantas intenções de compra de obrigações foram revogadas no prazo estabelecido pela CMVM, junto da Euronext, que explicou “que não é usual que tal seja publicado”, da Benfica SAD e da Haitong, intermediária financeira do clube nesta operação, mas não obteve qualquer resposta.
O prospeto enviado à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários, e publicado no dia 1 de julho, explica que esta é uma “oferta pública de subscrição e de admissão à negociação no Euronext Lisbon de até 7.000.000 de obrigações a emitir pela Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD”.
“A oferta tem o valor nominal unitário de cinco euros e global inicial de até 35.000.000 euros, o qual poderá ser aumentado, por opção do emitente, através de adenda ao prospeto até ao dia 13 de julho de 2021, inclusive, representativas do empréstimo obrigacionista denominado ‘Benfica SAD 2021-2024’”, refere o prospeto.
A emissão teve uma taxa de juro fixa bruta de 4% e o reembolso de capital ao seu valor nominal será feito a 28 de julho de 2024.
O valor mínimo de subscrição foi de dois mil euros, correspondentes a 400 obrigações.
Desde 2015, que a SAD benfiquista recorre a este mecanismo financeiro de forma a satisfazer as suas necessidades de financiamento.