Já começou a “revolução silenciosa” no mercado obrigacionista italiano

O abrandamento da oferta obrigacionista da Itália, por norma uma das mais voláteis da zona do Euro, está a mudar a forma como os investidores aplicam o seu dinheiro, neste mercado avaliado em 2,3 biliões de euros, o maior do bloco europeu. Por norma a mudança selvagem no preço das obrigações, é um obstáculo para ganhos a longo prazo.

O indicador de volatilidade das BTP´s (a sigla que designa as obrigações emitidas pelo Estado italiano), caiu em 30 dias cerca de 50 pontos base, metade do que foi registado à exatamente um ano, aproximando-se da pontuação concedida às obrigações públicas francesas e alemãs, inseridas em dois dos mercados obrigacionistas mais consolidados da Europa.

Tal é a mudança, face ao registado até aqui, que este fenómeno financeiro já foi classificado pela imprensa internacional da especialidade como uma “revolução silenciosa”.

Neste momento são três os fatores que estão a proporcionar a estabilidade dos preços destas obrigações: primeiro, a continuidade, assegurada pelo Banco Central Europeu até março de 2022 do programa de emergência de compra de ativos, que permite a realização de empréstimos a baixo custo.

Em segundo lugar, o Plano de Recuperação e Resiliência Italiano de 200 mil milhões de euros, o mais caro da Europa e por fim, o facto de em fevereiro ter sido nomeado para o cargo de Primeiro-ministro do país um ex-líder do BCE, Mario Draghi, também conhecido pela imprensa internacional económica como o “Salvador do Euro”.






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