Conta bancária ‘parada’? Saiba se tem alguma (e evite perder dinheiro)
Muitas pessoas abrem a sua primeira conta bancária no início da vida adulta e depois, com o passar do tempo, o mais provável é acabarem por abrir outras contas, especialmente se tiverem de recorrer a um empréstimo para comprar casa noutro banco que não o seu habitual. Com o passar do tempo, é possível que deixe de usar e até se esqueça de alguma destas contas. Sabia que pode estar a perder dinheiro ao ter uma conta bancária inativa? Descubra porquê.
Já lhe aconteceu esquecer-se que tem um determinado cartão de crédito ou uma conta bancária aberta num banco e, de repente, lhe aparece um extrato a indicar o pagamento de uma comissão pelo facto de não estar a dar uso aos mesmos? Esperemos que não, mas pode acontecer, pelo que deve estar devidamente prevenido.
Consequentemente, às vezes o montante que aparece para liquidar já é significativo (podendo chegar às dezenas de euros), o que o leva a deslocar-se ao banco de forma surpreendida e depois a aperceber-se de que não tem outra solução senão pagar a dívida.
Fixe estas palavras: comissão de inatividade
A cobrança pela existência de uma conta bancária inativa é levada a cabo através da chamada taxa/comissão de inatividade.
Mesmo que uma conta bancária não tenha saldo (o mesmo é dizer que se encontra a descoberto), a verdade é que pode ser-lhe cobrada uma comissão de inatividade. Isto significa que, quer movimente ou não essa conta, pode sempre ter custos associados que variam conforme a instituição financeira.
Consoante o banco, uma conta bancária inativa pode ser considerada como tal ao fim de alguns meses ou de um ano sem qualquer movimentação por parte dos titulares.
Como saber se tem uma conta bancária inativa?
É simples e vamos explicar-lhe em três simples passos:
- Aceda à Base de Dados de Contas no site do Banco de Portugal e carregue na opção “Autenticar e obter mapa”;
- Aparecerá uma nova página que lhe permite selecionar o modo de autenticação conforme seja um particular ou uma empresa. Escolha a sua opção e note que para ambas irá precisar das suas credenciais de acesso ao Portal das Finanças;
- Terá então a possibilidade de abrir ou até de guardar o seu mapa de contas num ficheiro PDF.
Desta forma conseguirá perceber que contas é que ainda possui ativas, bem como as que já foram encerradas.
Informação útil:
Se porventura falecer um familiar e tiver de tratar da habilitação de herdeiros, pode utilizar esta Base de Dados para verificar que contas ativas possuía o falecido. Note que os valores que não forem movimentados numa conta bancária durante 15 anos revertem a favor do Estado.
Cuidado com as contas-ordenado inativas
As contas-ordenado, por serem uma conta à ordem que permite aceder à modalidade de facilidade de descoberto, podem tornar-se “perigosas” para o consumidor que deixa de utilizá-las. Este tipo de conta bancária possibilita ao titular receber o seu ordenado adiantado (o que, no fundo, se trata de um crédito com o montante do seu salário).
Imagine que se esquece de que tem uma conta deste género. Suponha agora que porventura tem de pagar a chamada comissão de inatividade, mas, infelizmente, esta conta já nem tem dinheiro.
Dada a facilidade de descoberto associada à conta, esta modalidade pode ser usada para cobrir os custos da comissão e o cliente acaba por usar o crédito desta conta para pagar comissões sem se aperceber, com todas as consequências que tal acarreta: pagamento de juros e, muito provavelmente, uma prestação deste crédito em atraso por saldar.
Qualquer conta bancária inativa (bem como os cartões de crédito) pode estar sujeita a comissões e, por conseguinte, a fazer o seu titular estar a perder dinheiro sem saber. Não será o banco a encerrar a sua conta só porque não a utiliza – esta responsabilidade encontra-se do lado do consumidor.
Enquanto a conta estiver aberta, a instituição financeira pode proceder à cobrança de comissões. Aconselhamos a consultar a Base de Dados de Contas do Banco de Portugal para descobrir se é o seu caso e, assim, proceder o mais rapidamente possível ao encerramento das contas de que já não precisa.