Covid-19: União Europeia avalia passaportes de vacinação para ‘ressuscitar’ turismo

Os líderes da União Europeia (UE) concordaram em debater esta quinta-feira os ‘certificados de vacinação’ para os cidadãos dos Estados-membros que tenham recebido a vacina anti-covid-19. Os países do sul do bloco, que dependem fortemente do turismo, estão a pressionar no sentido de criar estes ‘passaportes de imunização’, uma vez que querem salvar o verão.

Os confinamentos decretados para travar a pandemia causaram a recessão económica mais profunda de sempre no bloco, no ano passado. A crise atingiu fortemente o sul da Europa, onde as economias dependem mais dos turistas estrangeiros.

Com o lançamento de vacinas contra a covid-19 a ganhar ritmo, alguns governos, como o da Grécia e Espanha, estão a pressionar para uma rápida adoção de um certificado a nível da UE para aqueles que já foram inoculados, para que as pessoas possam viajar novamente de uma forma mais fácil e segura.

No entanto, outros países, como a França e a Alemanha, parecem mais relutantes, uma vez que consideram que as pessoas poderiam ser compelidas e receber a vacina, além de ser discriminatório para aqueles que não podem ou não querem ser inoculados contra a covid-19.

França, onde o sentimento anti-vacinação é particularmente forte e onde o governo se comprometeu a tornar a imunização facultativa, considera esta ideia “prematura”.

Segundo a Reuters, a UE está a trabalhar com a Associação Internacional de Transporte Aéreo, que está interessada em reavivar as viagens aéreas, e com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e a Organização Mundial de Saúde.

No entanto, as viagens com certificados levantam questões legais. Por isso, ainda é necessário trabalhar nos detalhes, incluindo se deve ser em formato digital, se deve ser aceite globalmente e em que fase do processo de inoculação o certificado deve ser emitido.

“Ainda há muitas coisas que não sabemos”, disse um alto funcionário de um dos países da UE, não identificado, à Reuters. “Precisamos de mais tempo para chegar a uma linha comum”, acrescentou.

Porém, o tempo é mais curto para os países do Sul, onde o setor do turismo precisa de saber com o que contar nos próximos meses.

Apesar da posição oficial de que todos os governos da UE querem resolver a questão em conjunto, alguns poderão decidir avançar mais rapidamente sozinhos.

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