Apenas 2% dos empresários prevê quebra nos negócios

Dois em cada três empresários portugueses acreditam que o volume de negócios das suas empresas vai crescer este ano. Por outro lado, apenas 2% prevê uma quebra, de acordo com dados divulgados pelo Kaizen Institute.

O mesmo estudo, que teve por base as respostas de mais de 180 gestores de topo em Portugal, indica que o nível de confiança aumentou de 10,1 pontos em Fevereiro de 2016 para 11,5 este ano. António Costa, senior partner do Kaizen Institute Western Europe, considera que «este ano parece trazer algum optimismo aos empresários portugueses, que vêem com bons olhos o crescimento do seu volume de negócios. Isso parece reflectir-se ao nível de confiança dos gestores».

Ainda assim, prossegue o responsável, «continua alguma incerteza quanto ao futuro do País e ao défice»: 63% dos empresários não acredita que o Governo cumpra o défice proposto no Orçamento de Estado de 2017 e 79% considera que o crescimento do PIB ficará aquém da previsão do Governo de 1,6%.

António Costa indica ainda que «quanto à grande preocupação dos empresários portugueses, trata-se da imprevisibilidade geopolítica e financeira a nível mundial». Segundo o Kaizen Institute, um em cada três aponta esta questão como o grande desafio para a economia nacional este ano. A consolidação do sistema bancário (23%) e o aumento do investimento (20%) também preocupam os gestores.

Indústria 4.0 e startups

Perto de um terço dos empresários portugueses admite não estar preparado para a Indústria 4.0, não tendo preparadas políticas específicas neste âmbito. Porém, os restantes inquiridos parecem encarar a mudança de uma forma mais positiva: 22% acredita que conseguirá entregar mais valor ao cliente; 22% prevê aumentar a rentabilidade do negócio; e 19% conta com a Indústria 4.0 para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Quanto à proliferação de startups em Portugal, 56% dos gestores afirma ter um caminho de inovação bem definido e independente das startups que possam surgir, não se mostrando afectado pelas mesmas. O estudo do Kaizen Institute indica que apenas 7% das empresas pondera adquirir startups, caso isso lhes permita agilizar o processo de inovação. Há também quem pondere usá-las como fornecedores (19%) e quem admita criar ou participar em incubadoras ou programas de aceleração (18%).

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