Funcionários das escolas marcam greve nacional para 7 de dezembro
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) agendou a greve nacional dos funcionários não docentes para dia 7 de dezembro, confirmou o dirigente da FNSTFPS, Artur Sequeira, à Executive Digest.
Uma das principais razões pelas quais a greve vai acontecer é “a falta de pessoal, uma situação que está agravada pela pandemia”, adianta o dirigente. A maior parte dos motivos do protesto já é antiga e deve-se também à desvalorização das carreiras e salários, “que continuam a ser muito baixos”, e ainda à municipalização.
“O número de trabalhadores nas escolas é muito baixo, o número de trabalhadores com doenças que têm direito a não estar na escola, por causa da pandemia, também é muito elevado, há trabalhadores que estão a meter baixa porque não estão a aguentar a pressão”, detalhou.
O anúncio já tinha dado esta segunda-feira, no entanto, a data para a greve ainda não estava fechada. Os trabalhadores não docentes das escolas exigem melhores condições de trabalho e um reforço de pessoal, e alertam que existem estabelecimentos onde faltam funcionários para cumprir os planos de contingência.
“Isto leva a que os trabalhadores estejam aqui a protestar e mais uma vez a exigir que haja um efetivo aumento do número de trabalhadores não docentes nas escolas”, disse Artur Sequeira.
Outra reivindicação é a admissão imediata de um mínimo de seis mil trabalhadores não docentes – um reforço que é o dobro do prometido pelo Governo na sequência da revisão da portaria de rácios, que o dirigente da FNSTFPS considera “economicista e que não resolve os problemas”.
A higienização constante dos espaços, a vigilância nas entradas da escola e durante os recreios são também tarefas que são, por vezes, descuradas.
Artur Sequeira fala ainda de um tratamento desigual que está a haver “quer a nível dos direitos que a escola pública confere aos cidadãos quer aos direitos dos trabalhadores”, já que cada câmara municipal resolve “os problemas à sua maneira”. “O tratamento não está a ser igual nem para os alunos nem para os trabalhadores”, resume.
O responsável é a favor das aulas presenciais e considera que as escolas devem continuar abertas, no entanto, “é necessário que o Ministério da Educação e o Governo assumam todas as suas responsabilidades para garantir a segurança de toda a comunidade escolar”.