Eleições EUA e pandemia. Dupla não dá tréguas ao ouro que vive a pior corrida mensal desde 2019
A poucos dias das eleições presidenciais nos Estados Unidos (3 de novembro), o grande evento continua a exercer pressão sob os mercados. O ouro está a subir, enquanto o dólar reduz alguns dos seus ganhos, noticiou a ‘Bloomberg’. A incerteza permanece alta, fomentando o apelo do dólar como um ativo seguro sobre o ouro, tendo como pano de fundo o ressurgimento de casos de coronavírus nos EUA e Europa.
A disseminação da Covid-19 está a intensificar-se nos Estados Unidos, onde os novos casos já ultrapassaram os 86 mil, estabelecendo um novo recorde diário. Na Europa, os países começaram a impor novas restrições na tentativa de conter a crise.
Desde que atingiu um recorde em agosto, o avanço do ouro perdeu força, com os preços a recuar e os investidores a questionar-se se o ouro não terá subido muito, demasiado rápido. Ainda assim, as participações em fundos negociados em bolsa permanecem perto de um recorde histórico.
O cenário macro para o ouro continua favorável e podem esperar-se mais vantagens se Joe Biden vencer Donald Trump na presidência e os democratas assumirem o controle do Senado, avança o Standard Chartered Bank.
Com o aumento das preocupações para com a Covid-19 e a eleição presidencial dos EUA na próxima semana, o ouro e a prata “serão altamente voláteis”, disse James Steel, analista-chefe de metais preciosos do HSBC Securities (USA), em comunicado.
“Aumentos no sentimento de risco tendem a impulsionar o dólar, o que enfraquece o ouro e a prata”, reforçou Steel, acrescentando que “ainda assim, consideramos que este movimento só progride até certo ponto”.
No longo prazo, o ouro será apoiado pela política monetária do Banco Central Europeu, uma vez que se espera que estenda as suas medidas de estímulo à economia, de acordo com o analista do Commerzbank AG, Daniel Briesemann.
“Não esperamos que o preço do ouro caia ainda mais”, disse Briesemann. “Mas é provável que enfrente algum vento contrário do lado da moeda nas próximas semanas”, ressalvou.
O ouro à vista subiu 1%, sendo negociado a 1.885,83 dólares a onça às 12h55 em Londres, depois de fechar na quinta-feira com a maior queda desde 25 de setembro. O ouro está a caminho de um ligeiro ganho este mês.
A prata aumentou 1,6%, a platina 1,2%, enquanto o paládio avançou 1,3%.