Irão diz estar disponível para continuar cooperação nuclear mas deixa ameaças a Israel
O Irão assegurou estar aberto a continuar as negociações sobre o seu programa nuclear com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Contudo, diz que tem uma frota de drones capazes de atingir as maiores cidades de Israel.
Os avisos de Teerão chegam depois de o governo israelita ter dito que está pronto para atacar as instalações nucleares iranianas se falharem as negociações para reavivar o acordo nuclear de 2015, que restringia as capacidades do Irão para desenvolver armas nucleares e que ficou suspenso com a saída dos Estados Unidos durante a Presidência de Donald Trump.
Esta segunda-feira, o ministro dos negócios estrangeiro do Irão, Nasser Kanaani, apelou à AIEA para “não ceder à pressão de Israel” no que toca ao programa nuclear iraniano.
Será também hoje que o Conselho de Governadores da agência internacional se reunirá para debater o assunto, três meses depois de ter aprovado uma resolução que exigia ao Irão que fornecesse aos peritos da organização informação concreta e detalhada sobre o seu trabalho em matéria de enriquecimento de urânio.
O governo de Teerão já garantiu que as suas capacidades nucleares têm somente fins pacíficos e que não têm como objetivo criar bombas nucleares, e criticou as investigações de que é alvo por estarem a ser motivadas por razões políticas.
Durante o fim de semana, a França, a Alemanha e o Reino Unido confessaram não estar certo de que o Irão realmente pretenda reavivar o acordo nuclear de 2015.
Contrariando as suspeitas ocidentais, o chefe da diplomacia iraniana confirmou que “o Irão anuncia a sua cooperação construtiva com a [AIEA] e para com as suas obrigações”. No entanto, frisa que se têm obrigações, o Irão “também tem direitos”.
“Quer os Estados Unidos como a Europa têm de provar que não estar a dar prioridade aos interesses do regime sionista (de Israel) quando tomam decisões políticas”, destaca Kanaani, que caracteriza a postura europeia como “não construtiva”.