O que esperar de 2024?: Pedro Afonso, CEO da Vinci Energies

Testemunho de Pedro Afonso, CEO da Vinci Energies

1. Que alterações perspectiva que possam vir a impactar o seu sector em 2024?

Prevê-se uma subida generalizada dos preços dos projectos quer nas áreas da transformação digital quer da transição energética. Os custos de contexto laboral provocados pelo progressivo alinhamento dos salários destes profissionais com o resto da Europa, vão provocar esta pressão. É um caminho que já começou no fim da pandemia, que se acentuou em 2022 e 2023, e prevemos que continue para 2024. Com efeito, os profissionais destes sectores podem exercer a sua actividade em qualquer país com melhores condições salariais e fiscais, ou exercer a partir de cá para esses países. É um caminho em que, se os investidores portugueses em tecnologias digitais, ou em sistemas para transição energética, não promoverem o respectivo cabimento, poderão mesmo ficar com os projectos por executar.

2. E para a sua empresa em particular, quais os maiores desafios?

O desafio do recrutamento e da retenção de talento. Tem-se mantido ao longo dos anos, e é um factor tão crítico como o desenvolvimento da actividade. É importante salientar que este é um contexto de sector e não apenas do nosso grupo. As empresas deviam organizar-se melhor, para o país produzir mais talento, e trazer mais talento de fora, em vez de apenas estar confortavelmente a contratar as poucas pessoas disponíveis muitíssimo qualificadas.

3. Atendendo ao actual contexto, que expectativas a nível macroeconómico para Portugal?

De grande apreensão em alguns sectores, mas de progressão noutros. Os cenários macro são interessantes para identificar o mood geral de quem investe, mas não determina – per si – se o ano de uma empresa será bom ou mau. A única coisa que o determina, é a qualificação profissional e focada das perspectivas rigorosas de concretização de negócio a curto prazo. Pegar em indicadores macroeconómicos e projectar o que vai ser o ano de 2024, é um erro grosseiro, que a microeconomia não aguenta. Há segmentos de mercado que serão bons, e segmentos de mercado que serão para descontinuar.

Testemunho publicado na revista Executive Digest nº 214 de Janeiro de 2024

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