O que esperar de 2024?: Inês Sequeira Mendes, Abreu Advogados

Testemunho de Inês Sequeira Mendes, Managing Partner da Abreu Advogados

A inteligência artificial (IA) poderá ser um poderoso instrumento para a reforma da justiça portuguesa. O sector da advocacia irá conhecer uma nova realidade. O recurso à IA vai acelerar procedimentos, possibilitar maiores recolhas de dados e a sua comparabilidade, gerar conhecimento e permitir que os advogados não percam tanto tempo em funções rotineiras e repetitivas. A forma de trabalhar mudará, assim como a gestão dos recursos humanos, meios técnicos e conhecimento e, com elevada probabilidade, a própria condução estratégica das sociedades de advogados. Porém, temos de estar atentos, pois os riscos da mecanização e despersonalização dos serviços jurídicos e da própria Justiça existem e devem ser contrariados pela concepção da IA como uma ferramenta ao serviço dos seres humanos.

O controlo de riscos está intimamente ligado com uma outra questão crucial, a da Lei da União Europeia sobre IA, que será a primeira regulamentação de IA a nível mundial.

A primeira proposta foi apresentada pela Comissão Europeia em 2021 com o IA Act, mas muitas alterações foram introduzidas no Parlamento Europeu. Já em Dezembro, seguiu-se uma ronda de negociações entre a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho da UE, que chegaram a um acordo, ainda que provisório.

A Abreu está atenta à transformação digital que aí vem. Temos tido sempre evoluções tecnológicas, mas chegámos um momento de viragem: as mudanças vão ser muito mais rápidas e mais profundas e isso implica ter uma estrutura dedicada a esta área dentro da sociedade que seja robusta. Esta será, sem dúvida, uma das nossas apostas para 2024.

Testemunho publicado na revista Executive Digest nº 214 de Janeiro de 2024

Ler Mais