Empresas gastam cada vez mais horas a produzir relatórios de RH
As organizações estão a despender mais de 850 horas por ano na produção de relatórios sobre os seus Recursos Humanos, numa média de 17 horas semanais. A conclusão é apresentada pela SuccessFactors, uma empresa SAP, num estudo global conduzido com a Vanson Bourne sobre as novas tendências de gestão de RH.
As organizações estão a exigir cada vez mais dados e informações sobre a sua força de trabalho, o que resulta no aumento do número de horas passadas a gerar relatórios sobre os colaboradores.
A globalização do trabalho
Foram 1 300 as organizações avaliadas pela consultora Vanson Bourne no estudo promovido pela SuccessFactors, com base em entrevistas aos responsáveis de RH, Finanças e TI. Entre as tendências apuradas está também a crescente dispersão geográfica dos colaboradores, reconhecida por 72% das empresas. Cerca de metade das empresas escutadas concordou que esta situação torna mais difícil a leitura dos dados, já que é necessário combinar diferentes e diversos sistemas de gestão de RH, aplicados em várias geografias.
A diversidade de sistemas é uma das questões mais desafiantes para as empresas. Hoje, 32% dos inquiridos considerou que ter uma única fonte de informação sobre os colaboradores é um dos maiores desafios para gerir e manter o sistema central de RH. O mesmo consideram 42% das empresas, sobre a dificuldade de encontrar um sistema único adequado a todas as suas necessidades.
A globalização do trabalho precipitou igualmente as exigências dos colaboradores sobre a disponibilização de informação, em tempo real, em todos os locais. Uma margem de 47% dos trabalhadores pretende mesmo que sejam disponibilizadas para dispositivos móveis as aplicações utilizadas no âmbito do negócio.
O trabalho na “nuvem”
A universalização da informação tornou cada vez mais presente o termo “cloud” e são já oito em cada dez as organizações que acreditam que a nuvem traz benefícios ao departamento de RH por tornar os sistemas de gestão mais flexíveis e rápidos na resposta às necessidades da empresa. E 32% considera mesmo que a nuvem permite uma escalada rápida dos sistemas, enquanto a mesma percentagem de empresas refere como mais-valia a redução da necessidade de upgrades dispendiosos; 31% aponta a vantagem de ter os sistemas actualizados.
Por outro lado, apesar da crescente adesão à “cloud”, os departamentos de RH estão mais dependentes das TI (62%). Apesar de ser uma evolução com tendência para se manter, o estudo conclui que os RH podem depender menos dos departamentos de TI tendo um bom conjunto de informações sobre a força de trabalho e boas ferramentas de planeamento, reduzindo a necessidade de olhar tanto para os indicadores do negócio.
Face a estes desafios sentidos no dia-a-dia da gestão de RH, apenas 22% das empresas consideram ser “muito eficazes” na análise da sua força de trabalho. Mas está cada vez mais presente a importância de deter dados e informações sobre os colaboradores. «Ter as pessoas certas, nos lugares certos, focadas nas coisas certas é tido cada vez mais como uma vantagem competitiva», explica Shawn Price, presidente da SuccessFactors e responsável pela gestão do capital humano de todo o portefólio da SAP. «Informação “on demand” e precisa sobre a força de trabalho em todos os momentos é também crítico para o negócio e exigido pelo conselho de administração e a liderança de cada empresa», acrescenta.
Atrasos ou falhas na produção de relatórios sobre os trabalhadores da empresa terão impacto «na capacidade dos RH de oferecer valor estratégico ao negócio», reforça o presidente da SuccessFactors.
«Não só é expectável que as empresas providenciem agora acesso a aplicações de negócios em toda a parte, a todo o momento e em qualquer dispositivo, mas também que ponderem como criar equipas remotas e interligadas, com elevado desempenho através de ferramentas que possibilitam a colaboração efectiva».
O estudo da SuccessFactors foi apresentado na HR Tech Europe 2013, conferência europeia sobre tecnologias de gestão de Recursos Humanos, e as suas conclusões coincidiram com as principais tendências discutidas no evento. A presença cada vez mais forte da “cloud” e das social media, a globalização do trabalho e a necessidade de informação “on demand” foram alguns dos principais tópicos debatidos entre as cerca de 1 500 pessoas presentes na conferência e pelo 78 oradores convidados, entre os quais estiveram Shawn Price; o escritor Daniel H. Pink, autor de várias obras de sucesso sobre gestão e motivação; Costas Markides, professor da London Business School; e Mark Hurd, presidente da Oracle.