INE: Turismo com 70% de queda comparativamente ao período pré-pandemia

Em maio, os lucros registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 126,8 milhões de euros no total e 91,7 milhões de euros relativamente a alojamento. Comparando com maio de 2019, os proveitos totais diminuíram 68,9% e os relativos a alojamento decresceram 69,7, segundo dados INE.

O Algarve concentrou 27,5% dos proveitos totais e 27,1% dos relativos a aposento em maio, seguindo-se a AM Lisboa (20,3% e 20,8%, pela mesma ordem) e o Norte (19,8% e 20,0%, respetivamente). No conjunto dos primeiros cinco meses do ano, os proveitos registaram diminuições de 47,8% no total e de 46,3% relativos a aposento.

Entre janeiro e maio de 2021, a evolução dos proveitos foi positiva nos estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 51,7% e 50,7%, respetivamente (peso de 82,7% e 80,3% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem). Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 10,3% e 12,3%) apresentaram evoluções de -33,7% e -32,5%, enquanto no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 7,2% e 7,4%) se observaram crescimentos de 43,5% e 45,4%.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 20,7 euros em maio. Em maio de 2019, o RevPAR tinha sido 52,3 euros. Os valores de RevPAR mais elevados foram registados no Alentejo (27,2 euros), Algarve (23,4 euros), AM Lisboa (20,9 euros) e Norte (20,7 euros).

Maio registou crescimento, mas ainda longe de 2019

O setor do alojamento turístico registou um milhão de hóspedes e 2,1 milhões de dormidas em maio de 2021, um crescimento naturalmente significativo quando comparado com 2020, ano em que a atividade turística esteve praticamente parada, segundo os dados do INE. Em 2020, maio registou apenas 126,6 mil hóspedes e 261,6 mil dormidas.

Os níveis atingidos em maio de 2021 foram, no entanto, muito inferiores aos observados em maio de 2019, tendo o número de hóspedes e de dormidas diminuído 62,3% e 68,6%, respetivamente.

Comparando ainda com maio de 2019, observaram-se decréscimos de 22,3% nas dormidas de residentes e 83,8% nas dormidas de não residentes.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível situou-se em 20,7 euros em maio (10,8 euros em abril). O rendimento médio por quarto ocupado atingiu 77,6 euros em maio (60,6 euros em abril).

Em maio de 2019, estes indicadores foram 52,3 euros e 87,8 euros, respetivamente. Nos primeiros cinco meses do ano, verificou-se uma diminuição3 de 48,8% das dormidas totais, resultante de variações de -3,6% nos residentes e -72,7% nos não residentes. O INE ressalva que estas variações são influenciadas pelo facto de nos dois primeiros meses de 2020 não se ter ainda feito sentir o impacto da pandemia.

Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas registaram uma diminuição de 79,7% (-53,3% nos residentes e -90,1% nos não residentes). Neste período, os proveitos registaram diminuições de 47,8% no total e 46,3% relativos a aposento.

Entre janeiro e maio de 2021, considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 2,4 milhões de hóspedes e 5,6 milhões de dormidas, correspondendo a variações de -40,8% e -45,7%, respetivamente, face ao mesmo período de 2020.

Dormidas de residentes aumentaram na Madeira, Alentejo, Açores e Algarve

Os portugueses foram mais para fora cá dentro em maio nestas regiões: No conjunto dos primeiros cinco meses do ano, em termos de dormidas de residentes, registaram-se aumentos na Madeira (+23,6%), Alentejo (+16,9%), Açores (+13,9%) e Algarve (+8,9%). Neste período, todas as regiões apresentaram decréscimos expressivos no número de dormidas de não residentes, com as menores reduções a registarem-se no Alentejo (-42,2%), enquanto as restantes regiões apresentaram diminuições superiores a 60%.

No conjunto dos primeiros cinco meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-0,4%), Açores (-16,4%), Centro (-26,8%) e Norte (-39,3%), enquanto as restantes regiões registaram decréscimos superiores a 50%.

O Algarve concentrou 24,7% das dormidas em maio, seguindo-se a região de Lisboa (20,1%), o Norte (19,7%) e o Centro (15,0%).

Município de Lisboa com menos de 70% nas dormidas

No conjunto dos primeiros cinco meses de 2021, Lisboa registou 619,2 mil dormidas (12,9% do total), que se traduziram numa diminuição de 71,5%. Neste período, as dormidas de residentes recuaram 29,5% e as de não residentes (peso de 50,4%) diminuíram 82,0%. Lisboa concentrou 18,7% do total das dormidas de não residentes nos primeiros cinco meses do ano. As dormidas no município do Funchal (6,3% do total) diminuíram 69,8% entre janeiro e maio (+17,2% nos residentes e -79,1% nos não residentes). Em Albufeira (5,2% do total) as dormidas diminuíram 66,8% no conjunto dos primeiros cinco meses do ano (-4,8% nos residentes e -79,3% nos não residentes).

 

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