Armas eletromagnéticas, energia nuclear e sistemas de defesa avançados: China planeia ‘supernavio’ que pode substituir uma frota inteira

A China apresentou um projeto para um novo tipo de navio de guerra movido a energia nuclear, armado com as mais recentes armas eletromagnéticas, capaz de substituir grupos navais inteiros e tornar obsoletos os porta-aviões: a garantia foi deixada pelo seu criador, Ma Weiming, um dos principais funcionários no desenvolvimento das tecnologias navais mais avançadas da China.

Há muitos analistas militares que consideram que os porta-aviões vão tornar-se ‘antiquados’ após o desenvolvimento dos chamados ‘carrier killers’, os novos mísseis balísticos e hipersónicos capazes de contornar defesas e afundá-los sem problemas.

A solução encontrada por Pequim é um novo “supernavio” movido a energia nuclear que, além de transportar numerosos caças, será armado com sistemas de defesa inovadores. Num artigo publicado no jornal local ‘Transactions of China Electrotechnical Society’, citado pelo ‘South China Morning Post’ -, a equipa de Ma sublinhou que este novo projeto “vai subverter completamente as formações de combate dos regulamentos navais que estão em vigor há mais de 100 anos”.

O novo projeto pode usar energia nuclear para obter eletricidade para alimentar os seus modernos sistemas de armas de alta energia – os investigadores armaram o navio com aceleradores eletromagnéticos de projéteis, como canhões ferroviários (‘railguns’) ou canhões de bobina, lasers ou armas de micro-ondas de alta potência.

Os ‘railguns’ têm um longo alcance e podem parar alvos no espaço próximo com a sua munição hipersónica, já os canhões de bobina eletromagnética são projetados para lançar diferentes tipos de armas subaquáticas, aumentando tanto as defesas como o ataque subaquático. Para os especialistas, os mísseis lançados eletromagneticamente podem recarregar automaticamente como uma arma de repetição, permitindo-lhes aumentar a cadência de tiro e o número de projéteis lançados.

A energia nuclear do navio pode ainda fornecer um abastecimento quase inesgotável de eletricidade que, somado ao seu avançado sistema de gestão de energia, também alimentará poderosos radares e outros sensores de uso intensivo de energia, que vão permitir a deteção de inimigos a distâncias maiores do que as atuais.

Os Estados Unidos dominam a corrida para desenvolver lançadores de projéteis eletromagnéticos, reconheceu Ma. “São líderes nesse campo desde os anos 1980”. No entanto, o desenvolvimento parou para favorecer os mísseis hipersónicos. “Atualmente, a China desenvolveu todas as principais tecnologias de sistemas de entrega eletromagnética para cargas úteis de armas em vários tipos de plataformas de combate, incluindo sistemas montados em veículos, navios e submarinos”, afirmou Ma.

A China é até agora o único país que realizou experiências de tiro no mar com um grande canhão elétrico. A Universidade de Engenharia Naval da China fez recentemente vários avanços significativos no desenvolvimento de armas eletromagnéticas menores, explicou a equipa de investigadores, que salientaram o aligeiramento do dispositivo de lançamento e da fonte de alimentação, a integração do sistema de armas eletromagnéticas em veículos e o uso de combinação de projéteis e tecnologia de giroscópio eletromagnético para melhorar a precisão do disparo.

“Foram concluídos os testes de campo de longo alcance com uma energia cinética de dezenas de quilojoules, que quebraram o recorde de alcance e energia cinética das armas de fogo atuais no mundo”, salientou Ma.

Por último, foi anunciado o desenvolvimento de uma tecnologia de lançamento de bobina eletromagnética que pode lançar um projétil a uma velocidade de até mil metros por segundo (Mach 3). Estas características tornam o ‘supernavio’ temível, que pode substituir grupos navais inteiros em conflitos marítimos. “Como resultado, um único navio multifuncional pode realizar as tarefas típicas de uma frota de navios convencionais”, finalizou Ma.

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