O céu, antes considerado um caminho claro e seguro para viajar, mostrou esta semana a sua face mais assustadora: o voo da Singapore Airlines, de Londres para Singapura, foi alvo de um ataque violento da natureza enquanto sobrevoava o espaço aéreo tailandês, que viria a resultar na morte de um passageiro britânico e ferimentos graves em outros sete passageiros.
O voo SQ321 da Singapore Airlines encontrou forte turbulência ao entrar no espaço aéreo tailandês na passada terça-feira, que forçou uma aterragem de emergência em Bangkok, o que deixou o alerta: há determinadas trajetórias aéreas que têm maior risco.
De acordo com a ‘Bloomberg’, através de dados do site ‘Turbli’, que analisa dados meteorológicos para identificar as rotas aéreas mais turbulentas, os voos que ligam Santiago no Chile a Santa Cruz na Bolívia são os mais turbulentos do mundo – no entanto, há trajetórias igualmente problemáticas a nível global, sendo as partidas de Tóquio particularmente notórias pela elevada incidência de turbulência nos serviços de longo curso.
🔴 Summary of the #SQ321 incident from Singapore Airlines (thread).
The turbulence patch over Myanmar was not predicted by turbulence forecasts. These forecasts predict clear air turbulence (usually induced by jet streams) and mountain wave turbulence… pic.twitter.com/ipKWQB1XMr
— turbli (@TurbliForecast) May 21, 2024
Mas o que é a forte turbulência e porque ocorre?
Acontece quando se encontram correntes de ar que viajam a velocidades significativamente diferentes: este fenómeno é normalmente encontrado nas bordas de correntes de jato, sobre montanhas e em certas tempestades de nuvens – por exemplo, a turbulência na rota Santiago-Santa Cruz é gerada por ventos que fluem do Oceano Pacífico para o Atlântico quase perpendicularmente aos Andes. Além do mais, o equador é uma zona bem conhecida pela sua elevada turbulência devido a fortes correntes ascendentes e atividades de trovoadas.
No Japão, o fenómeno é bastante vulgar, induzidos tanto pelas montanhas como pelos oceanos. “As correntes de ar sobre as montanhas e os oceanos são especialmente propensas a causar turbulência severa”, detalha o site ‘Turbli’, que destaca a importância da localização geográfica e das condições meteorológicas na segurança do voo.

O ranking das rotas mais turbulentas do mundo é baseado na análise de 150 mil rotas utilizando dados de agências meteorológicas do Reino Unido e dos Estados Unidos. Esta base de dados permitiu identificar padrões e áreas de risco, fornecendo às companhias aéreas informações cruciais para melhorar a segurança dos seus voos.
No contexto das alterações climáticas, estes riscos podem aumentar. Há estudos que apontam que o aquecimento global A pode agravar a turbulência nos aviões, tornando as viagens aéreas ainda mais imprevisíveis e perigosas. De acordo com um relatório do QuickTake, “as mudanças climáticas estão a aumentar a frequência e a gravidade da turbulência nas rotas aéreas”.
O trágico acontecimento no voo SQ321 da Singapore Airlines não só destaca a necessidade de precauções adicionais em determinadas rotas aéreas, mas também sublinha a importância da investigação contínua e da adaptação das companhias aéreas às alterações das condições meteorológicas.
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