A geração desafortunada

Esta geração não só foi atingida pelas perdas de capital da crise financeira global, mas também enfrentou, em primeira mão, o desemprego subsequente, o aumento da desigualdade de rendimento, bem como preços de imobiliário mais altos, regras de amortização mais rigorosas e, em alguns países, um considerável aumento da dívida escolar. Também se espera que tenham menos acesso a pensões que os seus predecessores.
O impacto negativo da crise financeira global sobre a riqueza e outras questões enfrentadas pela geração do milénio é confirmado, por exemplo, pelo facto de que, segundo os últimos dados dos EUA, a riqueza média das pessoas dos 30 aos 39 anos (72,4 mil dólares) ser 46% menor do que a riqueza – na mesma idade – daquelas que têm hoje entre 40 e 49 anos (134,8 mil).
Esse enquadramento desfavorável tornou a geração do milénio mais cautelosa em relação à dívida do que os seus precursores. A sua relação dívida/rendimentos começou por ser mais alta do que a das gerações anteriores, antes de diminuir, pois parece que se tornaram mais cautelosos após a crise.
Algumas pessoas da geração do milénio progrediram, apesar das dificuldades enfrentadas, conforme reflectido pelo quadro mais positivo para a geração do milénio na China, face a outros mercados emergentes. Embora os números ainda sejam muito baixos, também houve um aumento recente, em termos absolutos, no número de jovens bilionários.
A perspectiva global geral para a geração do milénio, no entanto, é que eles não só enfrentarão maiores desafios ao construir a sua riqueza no futuro, mas também continuarão a enfrentar uma maior desigualdade de riqueza do que as gerações anteriores.

Artigo publicado na revista Risco n.º 7 de Inverno de 2017/2018.






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