Randstad Insight: Employer Brand Research 2020

O questionário e os seus resultados foram analisados antes da descoberta do vírus. Desde então, a COVID-19 paralisou economias locais e mercados laborais e, como resultado, várias empresas enfrentaram desafios sem precedentes.

Nestes tempos incertos, o employer branding é mais importante do que nunca. Os resultados do Employer Branding Research deste ano podem ser muito úteis para desenvolver uma estratégia de employer brading mais adequada para uma empresa.

Sejam então bem-vindos à 20.ª edição do Relatório Global Randstad Employer Brand Research. A pesquisa começou em 2000, cobre agora 33 mercados e recolhe dados estratégicos e elucidativos de cerca de 185 mil inquiridos por ano.

As últimas duas décadas viram o mundo do trabalho mudar drasticamente, mas nunca como se viu desde o início da era digital.

O nosso trabalho de pesquisa confirma que, apesar destas mudanças transformacionais, a remuneração e benefícios apelativos, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a estabilidade profissional continuam a ser as três ofertas mais importantes que a força de trabalho procura do empregador ideal.

Analisando a fundo todos estes factores mais importantes, as diferenças entre os grupos alvo começam a surgir nos nossos dados, o que reforça a teoria de que uma proposta de valor geral não se traduzirá em resultados importantes, já que as preferências variam bastante consoantes os grupos.

Podemos ver um exemplos nas razões secundárias para escolher um empregador. Um bom ambiente de trabalho é mais valorizado na Europa do que noutras regiões e na Comunidade de Estados Independentes (CEI) a estabilidade financeira é o segundo factor mais importante, a seguir à remuneração e benefícios apelativos. A força de trabalho da América Latina está mais interessada na progressão na carreira, enquanto que a da América do Norte e APAC dá mais valor à progressão na carreira dentro de uma mesma empresa.

De forma idêntica, as preferências diferem segundo gerações. Para atrair a geração Z, uma empresa com uma boa atmosfera de trabalho será mais apelativa do que uma empresa que dê ênfase à estabilidade profissional.

Para os millennials e geração X, uma estratégia de EVP de sucesso pode concentrar-se mais num bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e na estabilidade profissional a longo prazo do que num bom ambiente de trabalho.

Os boomers preferem um empregador que ofereça remuneração e benefícios apelativos, e uma localização conveniente pode também ter impacto na sua decisão.

Ao longo deste relatório vamos também analisar o que faz as pessoas mudarem de emprego e as escolhas que os colaboradores fazem quando decidem fazê-lo.

Em conformidade com anos anteriores, cerca de dois em cada 10 colaboradores globais mudou de empregador nos últimos 12 meses e cerca de um em cada quatro tenciona sair no próximo ano.

Além de a razão mais óbvia para mudar ser a procura de um salário mais alto noutra empresa (60%), cerca de 40% dos colaboradores fê-lo por sentir um desalinhamento entre os seus valores pessoais e os da organização ou por causa de más relações com os seus gestores e colegas.

Além das métricas contínuas que o REBR oferece todos os anos, usamos também a plataforma para fazermos pesquisas sobre uma questão particular que seja prevalecente dentro do sector.

Para 2020, discriminámos o factor mais procurado, “remuneração e benefícios apelativos”, para conseguirmos analisar de forma específica a importância dos benefícios não monetários para a força de trabalho global, assim como perceber quais são os benefícios particulares considerados mais apelativos.

Olhando para os principais factores, os benefícios mais apelativos estão relacionados com a flexibilidade: férias extra (80%), horário flexível (79%), poder trabalhar a partir de casa (72%). Os seguros de saúde (79%) e o reembolso das despesas de transporte (72%) são benefícios muito apelativos em todo o mundo e podem dar mais visibilidade para atrair o talento certo.

Com tantas forças disruptivas a afectar negócios em todo o mundo, encontrar, formar e reter talento é hoje um dos desafios mais importantes que as empresas enfrentam nestes tempos incertos.

Para se certificarem de que estão bem posicionados para serem um empregador atractivo, convidamos-vos a que analisem com particular atenção a pesquisa que realizamos este ano e conhecerem os factores que realmente motivam os colaboradores e que estes necessitam para atingirem resultados.

O QUE DESEJAM OS COLABORADORES

A hierarquia dos factores de EVP permaneceram relativamente estáveis nos últimos cinco anos. Em 2020, os três primeiros consistem em remuneração e benefícios apelativos, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e estabilidade profissional.

Apesar da consistência nos principais factores procurados, as razões secundárias diferem por região. Para a América do Norte e APAC, o segundo factor mais procurado é a progressão na carreira, enquanto na CEI a estabilidade financeira de um empregador é considerada importante. Um bom ambiente de trabalho é o segundo factor mais importante na Europa, e na América Latina são as oportunidades de progressão na carreira.

Por todo o mundo, os colaboradores vêem a oferta do seu próprio empregador como ligeiramente melhor do que a de outros empregadores – com a excepção de remuneração e benefícios apelativos. Regionalmente, apenas os empregadores da CEI parecem oferecer um dos três factores mais procurados – a estabilidade financeira.

Existe igualmente uma clara diferenciação de EVP quando olhamos para as gerações. A geração Z considera um bom ambiente de trabalho mais importante do que a estabilidade profissional, enquanto os millennials e a geração X preferem ter um bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e estabilidade profissional do seu empregador. Os boomers preferem escolher um empregador com base na remuneração e nos benefícios, mas uma localização conveniente pode também ter impacto na sua decisão.

MUDANÇA DE EMPREGO

Um cada cinco colaboradores mudou de empregador no último ano e um em cada quatro tenciona fazê-lo no próximo ano. Tal como em 2019, mudar de emprego é um comportamento mais alto na CEI e na América do Norte, enquanto a tenção de o fazer é maior na América Latina e na CEI. Um salário mais apelativo noutra empresa parece ser o principal factor para mudar de empregador, com quase quatro em cada cinco colaboradores a receberem um aumento de salário quando mudam de empregador. Sete em cada 20 colaboradores globais consideram os benefícios não monetários (muito) importantes ao escolherem um empregador. É um valor mais alto entre quem pensa em sair. A força de trabalho na América Latina tem mais probabilidade de os considerar (muito) importantes.

Aproximadamente um terço das pessoas que mudaram de emprego encontraram o empregador seguinte através de portais de emprego ou de relações pessoais/referências.

Quatro em cada cinco colaboradores globais vêem as férias adicionais (licenças anuais, licenças sabáticas) como apelativas. A nível regional, o seguro de saúde é considerado mais apelativo na América do Norte, América Latina e CEI, enquanto o horário flexível é mais apelativo na Europa e as férias adicionais na APAC. No que toca às gerações, 80% dos millennials sentem que um horário flexível é apelativo. Está consistentemente no top 3 de benefícios apelativos em todos os níveis académicos.

ATRACTIVIDADE DO SECTOR

TIC, Fast Moving Consumer Goods e automóvel são os três sectores mais atractivos no mundo.

A sua alta atractividade reflecte-se nas classificações nos principais factores, já que estes têm sectores têm uma melhor classificação do que outros sectores nos principais factores.

Regionalmente, TIC, automóvel e ciências da vida dominam o top 5 dos sectores que são considerados mais atractivos – com a excepção da CEI.

Nessa região, os empregadores mais atractivos estão no sector da energia.

Os empregadores nas TIC, FMCG e automóvel são particularmente vistos como financeiramente estáveis. Além disso, TIC e automóvel são considerados sectores tecnologicamente avançados e os empregadores das TIC têm a reputação de oferecerem salários e benefícios mais altos do que as empresas de outros sectores.

Artigo publicado na Revista Executive Digest n.º 172 de Julho de 2020

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