Preparar o futuro começa agora

Seja na gestão do orçamento familiar, na poupança ou em investimento,  a literacia financeira faz parte do nosso quotidiano e desempenha um papel determinante para uma economia mais saudável e para uma sociedade mais informada do impacto das suas decisões financeiras.

Planear o orçamento familiar é o primeiro passo. Dedicar tempo a organizar as receitas e as despesas, classificá-las e priorizá-las. Saber onde e como estamos a utilizar o nosso rendimento disponível irá fazer-nos refletir e,  muitas vezes,  rever e melhorar as nossas opções, a começar pela gestão das  despesas correntes, que são a base do equilíbrio e de uma gestão financeira adequada. 53% dos portugueses afirmam fazer já esta gestão orçamental, de acordo com o último inquérito Observador Cetelem Literacia Financeira, o que é positivo, mas coloca-nos apenas no patamar do satisfatório.

Seria de esperar também que a educação financeira despertasse interesse junto de mais cidadãos, por compreenderem as melhorias que aporta à sua vida. No entanto, quando olharmos para os dados e os comparamos com o ano passado, verificamos que este ano menos portugueses consideraram importantes as formações nas áreas financeiras: passou dos 53% o ano passado para 44%, sendo que os que consideram este um tema importante elegem o Banco de Portugal como a entidade que deve ser a principal responsável pela formação (42%), seguido pelas instituições financeiras (33%), Câmaras Municipais (25%) e Escolas (24%).

Mas quando falamos de Literacia Financeira é preciso igualmente conjugar gestão e formação com uma perspetiva de médio-longo prazo, enquadrando os objetivos que queremos atingir. Só assim é possível antecipar, planear e,  sobretudo, aprender a poupar e conseguir fazê-lo. É verdade que os portugueses parecem estar mais atentos a esta questão: aqueles que afirmam poupar com regularidade mensal quase que duplicaram, passando dos 13% em 2018 para 22% este ano. E que aumentou igualmente a percentagem dos que dizem poupar de forma pontual, através dos subsídios de férias ,  de natal ou de prémios de produtividade (7% em 2018, para 14% em 2019).

Ainda assim, quando olhamos para os números gerais percebemos que apenas 34% dos portugueses preparam a reforma. E ainda que se observe uma descida na percentagem dos que nada fazem para preparar o futuro, passando de 70% em 2018 para 61% em 2019, estes são valores que continuam preocupantes.

Os vários indicadores parecem dizer-nos que vamos a meio caminho. Por isso, entendemos que é fundamental que os vários agentes continuem a persistir na sensibilização para a Literacia Financeira. É o que temos procurado fazer, seja com a realização de inquéritos que fazem o ponto de situação junto dos portugueses, seja com a disponibilização de ferramentas que auxiliem cada família a melhorar a sua gestão financeira.

Porque assumimos a Literacia Financeira como um dos eixos do nosso compromisso com a sociedade portuguesa e entendemos que é essencial alertar para a importância de um maior conhecimento nestas matérias para diminuir os riscos que uma gestão menos cuidadosa pode trazer. Até porque se queremos um futuro melhor, preparar o futuro começa agora.

Leonor Santos, Diretora Jurídico e Relações Institucionais do Cetelem

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