Os desafios do Ensino Superior em Ciências da Saúde

Por Lourdes Martin, Médica e diretora executiva da Área de Ciências da Saúde da Universidade Europeia

Nas últimas décadas, os profissionais de saúde têm vindo a alertar para a necessidade de incrementar a qualidade na prestação dos cuidados de saúde. Ao mesmo tempo, estudos de mercado apontam para uma escassez de profissionais no setor. A realidade é que existe procura por formação superior nesta área, que não está a ser coberta pela oferta atualmente disponível. O resultado? Muitos estudantes acabam por desistir de prosseguir os estudos que pretendem e, outros, têm de optar por uma mudança para o estrangeiro para o poderem fazer.

A necessidade de profissionais de saúde é evidente nas três áreas de conhecimento que um profissional desta área tem de desenvolver: cuidados, ensino e investigação. Da mesma forma que existem carências e dificuldades em satisfazer as necessidades a nível dos cuidados, também os centros de investigação sentem dificuldades no recrutamento de investigadores.

Por todas estas razões, o ensino superior na área da saúde enfrenta um grande desafio. Os modelos pedagógicos devem responder às necessidades dos profissionais, tanto a nível de cuidados como a nível científico. São necessários mais e melhores profissionais com uma formação sólida, mas ao mesmo tempo, estes profissionais devem ter a formação prática que os ligue ao mundo real e lhes permita desempenhar as suas funções profissionais de uma forma segura, humana e de alta qualidade.

A inovação pedagógica começa na sala de aula, na forma como o conhecimento é transmitido e nas ferramentas que os professores devem utilizar para que os estudantes adquiram uma educação global, com conhecimentos, competências e valores.

Do mesmo modo, para assegurar o desenvolvimento científico na área da saúde, as universidades devem promover a investigação na sala de aula. Os programas curriculares devem incluir uma formação progressiva, e de qualidade, no campo da investigação e é essencial que os estudantes de hoje adquiram estes conhecimentos e competências no ensino pré-universitário, qualquer que seja a profissão no campo da saúde.

Também o desenvolvimento tecnológico e a formação são essenciais. A digitalização global da sociedade deve ser transferida para a sala de aula.

O estudante que adquira grandes conhecimentos, boas competências técnicas e práticas, e valores humanos, que tenha visão científica e, como missão, a investigação e uma clara orientação tecnológica, é um profissional de saúde preparado para o seu desempenho profissional num mundo real e atual.

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