O papel das tecnologias interligadas no crescimento das empresas

Por Pedro Viana, Diretor de Pré-venda, Portugal e Espanha da Kaspersky

As tecnologias interligadas são uma rede de dispositivos, sistemas e aplicações ligadas à Internet em crescimento com a capacidade de transformar as empresas, permitindo a recolha de mais dados e a automatização dos seus processos.

Integram tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), Web 3.0, Date Spaces, RV, RA, 6G e Internet Das Coisas (loT) e, nos últimos anos, registaram um crescimento exponencial entre as empresas.

De todos os investimentos, as tecnologias interligadas destacam-se como o mais vital para as empresas, mas também o mais desafiante.

De acordo com a investigação realizada pelos especialistas da Kaspersky, nove em cada dez empresas já integraram a IA nos seus processos ou planeiam fazê-lo nos próximos dois anos.

A IA tornou-se, assim, essencial para as organizações que pretendem manter-se na vanguarda e promover a inovação, sendo hoje muito mais do que uma mera tecnologia – é uma estratégia que permite às organizações navegar no complexo ambiente empresarial dos dias de hoje.

Porque estão a crescer as tecnologias interligadas?

A Convergência Tecnológica é um dos grandes fatores impulsionadores deste crescimento. A fusão de tecnologias, que altera as formas de pensar, conduz à inovação e à criação de novos mercados.

A maior acessibilidade económica também contribuiu muito para este panorama. Os dispositivos atingiram preços mais baixos ao mesmo tempo que as suas aplicações se tornaram muito mais poderosas. Aliada a estes fatores, está ainda a disponibilização de forma massificada de uma internet cada vez mais rápida.

Contudo, a maior utilização destas tecnologias por parte das empresas não significa uma maior compreensão das mesmas. Segundo o estudo da Kaspersky, apenas 32% das empresas afirma estar preparada para as proteger.

Isto acontece porque a utilização, gestão e proteção das tecnologias interligadas gera desafios internos e externos para as empresas.

Enquanto uma empresa bem preparada enfrenta desafios como a dificuldade de implementação de soluções de cibersegurança adequadas ao mercado ou falta de procura por parte dos seus clientes, as empresas pouco preparadas têm dificuldade em contratar ou formar especialistas para apoiar a tecnologia interligada e dependem de tecnologias mais antigas e vulneráveis, tendo poucos recursos financeiros limitados para assegurar as novas tecnologias.

Os desafios existirão sempre. A diferença é que as organizações mais bem preparadas tem mais competências para lidar com as adversidades e o seu impacto é menor.

Onde entra a cibersegurança?

As abordagens tradicionais de cibersegurança baseiam-se na construção de um perímetro de confiança, considerando todos os que estão fora dela como potenciais suspeitos. Este modelo provou ser vulnerável a ataques internos. As estruturas de zero-trust verificam rigorosamente todas as pessoas e mitigam as lacunas de segurança.

Os princípios zero-trust, assentes na constante verificação, na monitorização, na limitação de acessos e na autenticação multifatorial, garantem a segurança das empresas.

São quatro as medidas estratégicas que podem ajudar a garantir a proteção das tecnologias interligadas: adotar princípios de segurança desde o início; atualizar as soluções de cibersegurança; formar e melhorar as competências dos recursos humanos; e cumprir a regulamentação e as normas.

Estas estratégias permitem maximizar o potencial destas tecnologias com o mínimo risco.

Em resumo, as tecnologias interligadas trazem novas oportunidades às empresas e permitem construir um caminho para a sua evolução e crescimento. Mas, embora sejam inegáveis os seus benefícios, estas tecnologias trazem também novos desafios. As empresas que colocam em prática as estratégias que mencionei estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios do mercado das novas tecnologias e proteger os seus ativos.

Ou seja, o atual cenário em constante mudança requer a construção de relações de confiança, a distribuição adequada dos recursos de cibersegurança e a utilização consciente das tecnologias interligadas.

 

 

 

 

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