O papel da IA na transformação das marcas e dos negócios
Por Marco Paiva, Country Operating Director, Pluxee Portugal
Chamemos-lhe revolução. Diria que é a palavra mais adequada para definir esta nova era onde a inovação tecnológica está a redefinir o mundo empresarial. Com os avanços tecnológicos mais recentes, salientando a velocidade com que a Inteligência Artificial (IA), especialmente a IA Generativa, está a evoluir, observamos uma nova revolução na forma como as empresas operam e se relacionam com seus clientes, colaboradores e parceiros. Passando pela melhoria da eficiência operacional até à personalização da experiência do cliente, a IA abre um mundo de oportunidades para as empresas e começa a ser entendida como uma ferramenta essencial para a prosperidade das marcas.
Certo é que as oportunidades são inúmeras, mas a inovação traz também desafios que precisam de ser compreendidos e geridos. A resistência à mudança é uma realidade comum a muitas organizações, e tende a ser o primeiro desafio com que as organizações se deparam numa primeira abordagem mais disruptiva. Cabe, por isso, às empresas desenvolver uma cultura que não só aceite a inovação, mas que também a promova ativamente. Incorporar a IA na estratégia central da empresa, pode ser uma abordagem assertiva para garantir que todos os setores e colaboradores estejam alinhados com esta nova cultura.
Se por um lado, as marcas que conseguirem integrar a IA de forma estratégica e ética terão uma vantagem competitiva significativa, oferecendo experiências personalizadas e eficientes aos seus clientes, otimizando processos internos e assegurando a privacidade e a segurança dos dados, por outro, as empresas do futuro já terão a inovação como parte do seu ADN, e a IA será uma componente central nas suas estratégias de crescimento e competitividade.
Neste contexto, a capacitação adequada da força de trabalho e a integração das pessoas com ferramentas como a IA passou a ser fundamental para o futuro das empresas e das marcas que querem ser competitivas. Os colaboradores têm de compreender as vantagens e saber tirar partido das potencialidades das tecnologias, ainda que, no caso da IA, é essencial que estejam a par dos perigos associados à sua utilização, para assim garantirem a priorização da ética na sua utilização.
A IA está a ter um impacto significativo em várias áreas. No atendimento ao cliente, por exemplo, a IA pode contribuir nos modelos e análises preliminares, que permitem antecipar problemas, bem como apoiar o atendimento de primeira linha. Assistentes virtuais e chatbots alimentados por IA são capazes de responder a questões simples e dar suporte a questões mais complexas. Este suporte melhora a eficiência do atendimento, como também permite a alocação de recursos humanos a tarefas mais estratégicas. No campo das vendas e marketing, a capacidade da IA de analisar grandes volumes de dados, permite que as marcas direcionem as suas ofertas e personalizem a comunicação com os clientes. Isso resulta em campanhas de marketing mais precisas e eficazes. Já nos recursos humanos, a IA pode otimizar processos de seleção e recrutamento, identificando candidatos (fazendo o “match” entre o candidato e a função), mas também apoiar o processo de onboarding através de um acompanhamento mais ativo e personalizado.
O futuro do trabalho será também profundamente afetado pela IA. Haverá uma grande transformação no mercado de trabalho, com novas funções e tarefas a emergir, muitas das quais ainda desconhecemos. As equipas terão de se adaptar à interação com a IA, onde a tomada de decisões será cada vez mais suportada por dados e análises avançadas, embora as decisões mais complexas ainda exijam a intervenção humana. As competências mais valorizadas vão passar a ser aquelas relacionadas com a análise de dados e o processamento de informação, pelo que o impacto na educação, em particular nos programas do ensino secundário, também se vai continuar a sentir.
Não restam dúvidas que a inovação está a avançar a um ritmo sem igual, e que a IA é uma das forças mais transformadoras no mundo empresarial. Compreender e acompanhar esta revolução é fundamental para que as empresas possam aproveitar plenamente as oportunidades trazidas pela IA. Agora, é tempo de as marcas reavaliarem as suas estratégias para se manterem relevantes e competitivas. Parece fácil, mas não é!