O mundo do trabalho na era digital: da internet à Inteligência Artificial

Por Nuno Ferro, Brand Leader da Experis Portugal

Desde o surgimento da internet que a era digital tem vindo a moldar a forma como as pessoas e as empresas comunicam, colaboram e realizam as suas tarefas. A conectividade global, impulsionada por esta que foi uma das inovações tecnológicas mais revolucionárias de sempre, não só facilitou o acesso à informação como possibilitou o surgimento de novas indústrias e modelos de negócios. Entrámos, assim, na atual era digital, que veio alterar por completo o panorama do trabalho.

Desde os anos 60 até aos dias de hoje temos vindo a testemunhar um avanço tecnológico sem precedentes. Novas ferramentas como a Inteligência Artificial (IA), Machine Learning, Realidade Virtual (RV) e Blockchain estão a transformar o mundo do trabalho e a abrir caminho para uma nova era na gestão de talento. De facto, esta evolução tem impactado não apenas a forma como trabalhamos, assim como também as competências necessárias para prosperar num mercado cada vez mais digital e automatizado. Mas irão as novas tecnologias substituir os profissionais? Na verdade, segundo o estudo Immersive Tech Report, da Experis, a maioria dos empregadores acredita que ferramentas como a IA e a RV irão criar mais empregos. Contudo, é também importante compreender que o seu impacto dependerá, naturalmente, da forma como as empresas e os profissionais gerirem a adoção das novas tecnologias e fomentarem o upskilling e reskilling dos colaboradores.

Das reuniões imersivas com colegas noutras partes do mundo à automatização de tarefas, as inovações tecnológicas estão a reconfigurar processos, funções e setores. Este é o caso do setor industrial, por exemplo, onde a adoção da robótica, de gémeos digitais, da produção aditiva e da impressão 3D – a par da introdução da IA e da RV – estão a proporcionar uma maior eficiência, economia de custos e oportunidades em funções especializadas e mais seguras para os trabalhadores, segundo o mais recente ManpowerGroup Global Insights.

Paralelamente, estas inovações fazem-se também sentir na atração do talento, com a implementação da IA, da RV ou do Machine Learning nos processos de recrutamento, ajudando a eliminar preconceitos e a criar oportunidades igualmente acessíveis a todos.

Efetivamente, o impacto da tecnologia no mercado de trabalho é inegável, e a tendência é que continue a fazer-se sentir cada vez mais. Por esse motivo, num momento em que o talento disponível no mercado não tem, ainda, as competências tecnológicas necessárias para que as empresas consigam acompanhar o ritmo da transformação digital, é essencial que os líderes consigam encontrar soluções para dar resposta a este desafio. Uma das principais estratégias deve passar, assim, pela aposta na formação dos profissionais, através de programas de upskilling e reskilling que permitam ao talento desenvolver e renovar as competências necessárias para conseguirem acompanhar a transformação digital.

Através da formação e valorização do seu talento interno, os empregadores estão a potenciar o fator humano, proporcionando uma experiência de trabalho capaz de conferir maior valor à organização. Ao criarem um ecossistema que apoie a constante evolução de competências e combinando o talento com a tecnologia, as empresas poderão desbloquear, assim, a produtividade latente, melhorando a cultura organizacional e o sucesso do negócio.

Embora o presente e o futuro do trabalho possam assumir contornos cada vez mais digitais, o ativo mais importante é e continuará a ser humano. De facto, são as pessoas a chave para o sucesso de qualquer empresa e é também por isso que os líderes devem valorizar as suas equipas. Neste Dia Mundial da Internet, é importante não esquecermos que o alicerce de qualquer tecnologia é o fator humano, e que devemosr continuar a valorizá-lo, sempre, em primeiro lugar.

 

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