Meu querido mês de agosto
Por Duarte Leal da Costa, diretor executivo da Ervideira
“Por ti levo o ano inteiro a sonhar
Trago sorrisos no rosto
Porque sei que vou voltar
Por ti levo o ano inteiro a sonhar”
Este é o início da letra da canção que dá pelo nome de “Meu querido mês de agosto” e que, neste caso, podemos adaptá-la às vindimas, o momento alto para todos os produtores de vinho, sejam eles de que dimensão forem.
Enquanto empresários vitivinícolas, todos os anos trabalhamos para que este momento resulte de forma perfeita (ou perto disso). É quando podemos aplicar uma melhoria nos processos, uma solução inovadora que possa surpreender a concorrência ou até mesmo agradar a quem vá beber pela primeira vez aquele vinho que levou meses e meses a ser preparado. O mês de agosto é o culminar de muitos sustos pelo caminho, sejam eles provocados pela ação da Natureza, que tem uma palavra importantíssima em todo este processo, ou seja pela ação do homem, que tanto pode melhorar aquilo que a terra nos dá, como pode deitar por terra todo o esforço e trabalho fruto de uma decisão errada.
As vindimas estão aí e para além da apanha da uva e de todo o processo que lhe segue, há que fazer contas à vida. Contas que naturalmente se tornam mais difíceis quando a subtração aparece mais vezes que a soma, quando se tem de dividir o que se consegue amealhar e refletir se valerá a pena apostar mais forte no próximo ano, com o raciocínio por vezes toldado pela paixão com que nos deixamos envolver quando chegam as vindimas.
A fibra dos empresários ligados ao setor da vitivinicultura tem estado ao nível da melhor videira: de raízes profundas, tronco sólido e com braços fortes o suficiente para darem origem a uvas de qualidade sob a proteção das folhas. Mostrámos – mesmo neste contexto de pandemia – ser resilientes, originais, criativos, ousados e com uma ilusão q.b. que nos permitiu manter à tona e não desistir de apresentar, em mais um ano, um produto de referência nacional e internacional, uma imagem de marca que já galgou fronteiras por esse mundo fora e que é sinónimo de qualidade garantida: o vinho português.
Por isso meu querido mês de agosto¸ depois de tanto tempo a sonhar com este momento, com os sorrisos que nos provocas, agora é hora de arregaçar as mangas, fazermo-nos à terra e, no fim, brindarmos por mais um sonho concretizado.
Que comecem essas vindimas!