Estará o setor da construção e imobiliário preparado para se adaptar a uma nova realidade e criar conceitos disruptivos?
Por João Carvalho, partner e co-fundador da MELOM
Na MELOM, acreditamos que o mercado já está em fase de disrupção, não só para contrariar a escassez de oferta de habitação, mas para oferecer alternativas mais económicas do que as que existem tradicionalmente no mercado.
Um desses exemplos é a conversão de imóveis de serviços e lojas em habitação, uma tendência crescente no nosso mercado com algumas vantagens, sobretudo pela diferença de valor m2 de um escritório para o m2 de habitação por exemplo. No entanto, existem ainda alguns desafios em termos de financiamento e licenciamento que importam ultrapassar para que esta operação de conversão seja mais acessível a todos.
Verificamos que uma das tendências futuras será a redução do tamanho das casas, menos m2 a que não corresponderá, necessariamente, menos divisões na casa. Ou seja, vemos alguns casos de adaptação de T1 para T2 e de T2 para T3, com sacrifício de algumas áreas. Contudo, com recurso à criatividade vemos clientes a redesenharem e a adaptarem espaços interiores da sua habitação à medida das suas necessidades.
Esta tendência já popular noutros países, começa a ganhar adeptos em Portugal, que privilegiam mais a escolha de uma localização central, do que propriamente as áreas de cada divisão do seu imóvel.
Existe de forma subjacente a ideia de “less is more” na otimização da casa, suprimindo m2 que não são completamente usados, menos mobília, menos objetos, apostando em casas mais “clean” e mas eficientes, no que diz respeito à sua funcionalidade.
Há uma nova consciência que é preferível menos m2 para viver, mas também menos km´s a percorrer para chegar ao trabalho, supermercado, serviços de lazer e saúde, por contraposição a casas maiores mas distantes, reduzindo assim o “time consuming” no dia-a-dia, em deslocações longas e caras.
Com este mindset começam a aparecer formas mais criativas de habitação, com a conversão de águas furtadas, lojas, escritórios, armazéns e até garagens em casas próprias. E com o apoio de um arquiteto há espaços que resultam ainda melhor se forem adaptados do que os criados de raiz para habitação própria permanente.
Com o crescimento desta tendência de manutenção e de valorização dos imóveis nas grandes capitais, o mais certo, é aderirmos ao conceito “less is more” e evitarmos o desperdício, aproveitando cada vez mais, cada m2 das nossas casas.