Qual será o futuro da TAP?

Ricardo Florêncio

Director da revista Executive Digest

Editorial publicado na edição de Maio de 2015 da revista Executive Digest

A economia portuguesa, é uma economia débil, descapitalizada, altamente dependente de fatores externos. Nós necessitamos de investimentos, de capitais estrangeiros, de entrada de divisas.

E 2014 foi um bom ano para o Turismo, com este a crescer em 2 dígitos, e a colocar-nos em diversas rotas e agendas. Não faz agora qualquer sentido que se destrua o que tanto tem demorado e custado a construir. E não estou a referir-me aos 30, 40, 50 Milhões de euros que se discutem na praça pública, do prejuízo que a greve da TAP acarreta para a TAP. Falta contabilizar as centenas de Milhões que se perdem, por todos os setores de atividades que se vêm privados dos seus clientes, tanto as de turismo, como aquelas que estão relacionadas e correlacionadas com o turismo, na chamada “macroeconomia” do turismo. Que vão desde a restauração, museus, comércio diverso, transportes, combustíveis, seguros, etc, etc, etc.
Mas o que levanta mais dúvidas, é mesmo o porquê da greve? Qual a razão que leva a que façam greve? Será que querem mesmo evitar a privatização da TAP? Ou desejam fazer baixar o valor da empresa, e assim diminuir o preço da privatização? Ou querem manter tudo na mesma, e daí, o estado, obviamente através dos nossos impostos, ter deinjetar dinheiro para manter a TAP operacional? Mas estando a TAP atualmente numa situação muito difícil, faz algum sentido dificultar ainda mais o trabalho dos seus gestores e responsáveis? Na verdade, seja a análise feita por qualquer dos ângulos, faz pouco sentido.
A TAP tem um valor de Marca associado, de reputação, de segurança, que deveria, tinha de ser preservado, e para o qual os diversos gestores da empresa, para a qual muito tinham trabalhado e investido. E agora? Qual o valor, qual a perceção de valor que as pessoas, os clientes, os investidores têm da TAP?
Perguntava há tempos atrás, quais as razões porque não figuravam entre os interessados, as companhias de bandeira, as grandes companhias mundiais? Ora, esta poderá ser uma das respostas…..
Uma das conclusões que tem resultado deste processo, é que, os que eram por princípio contra, e aqueles que não tinham ainda opinião formada, cada vez vêm mais na privatização, o único caminho possível.
Mas agora a que preço? E em que condições?
Afinal, qual será o futuro da TAP?

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