PRAT – o plano de retoma das actividades e do trabalho

Por Ricardo Florêncio

Porque hoje em dia é importante, faço notar que escrevo esta nota no dia 12 de Março, um dia depois do anúncio do “plano de desconfinamento”. Em primeiro lugar, não é um plano de desconfinamento, pois conforme temos visto nas notícias, imagens e reportagens em diversos meios, muitas pessoas começaram a desconfinar no início de Março. Como dizia António Saraiva, presidente da CIP, “o País já desconfinou; só não está a trabalhar!”. Assim, é mais um plano de retoma de actividade e do trabalho. Mas, também, é mais ou menos um plano de retoma. Inclui datas para a abertura de um conjunto alargado de actividades, começando pelas escolas, passando pelo comércio, serviços, diversos tipos de eventos e cobrindo um largo conjunto de sectores. Contudo, falta uma componente essencial para que as empresas possam laborar de modo mais eficaz e eficiente. Enquanto não permitirem, não derem liberdade às empresas e aos seus colaboradores de escolherem qual o melhor sistema, qual o método de trabalho que lhes permita aumentar a sua produtividade, será sempre um meio plano. Para que assista à verdadeira retoma e recuperação da Economia, temos que ter as empresas e colaboradores a trabalharem do modo que julguem ser mais apropriado, e que apresentem melhores resultados.

Com a abertura das escolas, do comércio, dos serviços, não se entende qual a razão de não permitir às pessoas voltarem às empresas. Não se pode obrigar as empresas e colaboradores a trabalhar num certo sistema, proibindo que façam as suas escolhas, e ao mesmo tempo exigir que tenham os meus resultados. Isso é pura demagogia.

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 180 de Março de 2021