Portugal, uma economia aos soluços!

Por Ricardo Florêncio

Não haverá mesmo maneira de passarmos dos estudos e planos à implementação dos mesmos? E não, não estou a falar do novo aeroporto de Lisboa, que há mais de 30 anos pulula em folhas de cálculo, relatórios exaustivos, estudos, projectos e afins, e até já teve honras de evento de lançamento da primeira pedra, mas nunca saiu do papel. E, segundo consta, vão ser pedidos mais estudos e projectos. A pergunta que já se faz, é, mais estudos? Para quê? Os que já estão feitos não chegam? Os milhões de euros já investidos pelo Estado, leia-se, pagos por todos nós, não chegam? Enfim…

Mas não é esse o tema desta nota. A preocupação é mesmo sobre o crescimento da nossa economia. Crescimento esse constantemente ténue, que apresenta sempre números muito baixos. Parece não haver forma de Portugal apresentar taxas de crescimento iguais, ou mesmo superiores aos países com quem se deveria comparar. Mas o que falta mesmo? Quais as razões, quais os motivos, desta situação? E a situação não é de agora, dos efeitos da pandemia. Aliás, segundo dados disponíveis, Portugal está a ser, e será pelo menos no futuro próximo, dos países que demorará mais tempo a recuperar os níveis pré-pandémicos. E agora vamos ter o PRR com a injecção de milhares de milhões. Pode ser que assim a economia agora soluce. Mas este PRR só terá os efeitos desejados na economia se esses montantes foram investidos no denominado “investimento produtivo”. Será esse o caminho seguido? À primeira vista, não parece. Mas oxalá estejamos enganados.

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 187 de Outubro de 2021