E de repente, o “Propósito”!

Por Ricardo Florêncio

Chegou agora ao estado, ao governo, ao país

Tal como aconteceu com outras situações, expressões e palavras no passado, corre o risco de passar a uma expressão inócua. Como acontece na maior parte das vezes, foi nas empresas que começou a desenhar-se este conceito de propósito, de causas. Quer por forças internas, dos accionistas, stakeholders, dos clientes, da comunidade e dos trabalhadores, as empresas e organizações tiveram que redesenhar as suas estratégias, objectivos e visões pois, para além de remunerarem os accionistas e incentivarem o bem-estar dos colaboradores, têm de demonstrar que são uma mais-valia para a comunidade, que participam activamente na melhoria do nível de vida das pessoas e do planeta.

Uns mais cedo, outros mais tarde, começaram a apoiar, divulgar e muitas vezes serem os incentivadores de causas, de propósitos. E chegou agora ao Estado, ao Governo, ao País. Por outras razões, por outros motivos, mas com a mesma preocupação. Portugal, neste momento, demonstra falta de objectivos, de foco e de ambição. Falta qualquer coisa que faça com que a sociedade se mova, com que as pessoas se motivem. Como País, como portugueses, o que pretendemos? O que desejamos? O que almejamos? É verdade que ainda nos faltam coisas básicas. Mas como povo, como País, temos de ser ambiciosos, de ter metas, de ter algo por lutar. E aqui, tem um papel primordial as principais figuras do Estado, da Presidência, do Governo, da Assembleia da República, porque as lideranças são fundamentais para todo este processo, este desígnio. Podemos, e devemos, colaborar, incentivar, participar, dar a força e esforço necessário. Mas o “drive” é essencial. Como disse Lewis Carroll, o famoso criador de “Alice no País das Maravilhas”, “Se não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve!”. Ficamos na expectativa!!!

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 160 de Julho de 2019